O “buraco do Fuad” no Belvedere é a efígie da decadência de BH que já foi governada por JK

A incapacidade de resposta da Prefeitura a eventos corriqueiros de uma cidade com 2,4 milhões de pessoas revela a miséria de Belo Horizonte no quesito gestão pública

A falta de compromisso do corpo técnico e do próprio prefeito com o povo de Belo Horizonte na manutenção da cidade foi herdada do governo Kalil. Quem não se lembra da chuvas que arrasaram a capital em 2020. A primeira, em 19 de janeiro, que deixou um rastro de destruição na Av. Teresa Cristina, quando o prefeito Kalil estava de férias em Cassino do Uruguai.

Em seguida a “chuva do milênio”, no dia 28 de janeiro de 2020, que destruiu a Av. Prudente de Moraes e a porta da casa do prefeito na Praça Marília de Dirceu. Em comum os estragos levaram quase um ano para serem recuperados, obrigado a população a um sacrifico desnecessário, a exemplo do que estamos assistindo hoje na Av. Eurico Gaspar Dutra no bairro Belvedere, com impactos no trânsito de todo o Portal Sul da Cidade já saturado pela falta de infraestrutura.

Não custa lembrar que 100% das moradias do Belvedere possuem carros e necessitam das vias para entrar e sair do bairro. O buraco do Fuad que abriu depois de uma chuva no último dia 7 de março já tem 20 dias e a julgar pelo que se vê, obra escorada com pedaço de pau, sem padrão e respeito pelo patrimônio público, deve permanecer por alguns meses, como assistimos no governo Kalil.

A incapacidade de resposta da prefeitura para eventos desta natureza é inaceitável para uma cidade cuja população é de 2,4 milhões de habitantes. E não estamos falando de zona norte onde o IPTU é isento ou menor, estamos falando de uma região da cidade que o IPTU é o mais caro e sustenta o funcionalismo público, bem como a manutenção da capital. Deveria receber da PBH resposta à altura do que se recolhe do impostos em prazo razoável. A lentidão da maquina pública municipal não se justifica, se não, pela acomodação e pela falta de cobrança seguida de metas que não existem. Se fizer bem feito, não fizer ou fizer mal feito, não muda o salário e nem a estabilidade do servidor municipal, leia-se SUDECAP.

Fuad é a continuação de Kalil, ambos uma catástrofe para BH. O que mudou de lá pra cá é que a cidade está mais suja, feia, mal cuidada e necessitando de carinho do seu “síndico” que só sabe esticar o suspensório, tem cara de preguiçoso e não circula para enxergar os problemas. A frota de veículos ultrapassou a de cidadãos, são mais de 2,5 milhões, e nenhuma obra de relevância que permita fluidez nos grandes corredores foi realizada. Diariamente o caos nos mesmos lugares.

A prefeitura não consegue tampar um buraco feito pela chuva.

A cidade possui mais veículos do que habitantes e o prefeito parece alheio ao fato de que por trás de cada um desses veículos tem um cidadão dizendo para o governante que não está disposto a deixar carro na garagem para andar de ônibus desconfortáveis e sujos. E mesmo assim nada acontece, a mobilidade segue cada dia pior, com um déficit de 50 anos a infraestrutura que só aumenta na medida que mais veículos entram em circulação.

Belo Horizonte tem mais de 200 gargalos no trânsito que esperam por intervenções de engenharia. Na semana passada presenciei o dinheiro público sendo jogado fora em recapeamento de via que não precisava no bairro São Bento. BH assiste atônita o prefeito bancar uma obra na Av. Afonso Pena que desagrada até quem sempre defendeu bicicletas, a ciclovia que transformou o já complicado trânsito da região em um verdadeiro martírio para quem passa na Praça da Bandeira.

O mesmo foi feito no bairro Castelo, na marra, desagradando a população em uma região da cidade que a maioria da população utiliza carro e não bicicleta para os seus deslocamentos, um desrespeito ao desejo da população e um desperdício de dinheiro público em obras que em breve serão desmanchadas.

Foto: Os Xiitas das bikes – Protestando a noite na Praça da Estação pela ciclovia da Av. Afonso Pena

Há quem diga que tais obras têm outros propósitos que não são o da melhoria da mobilidade, em especial as que miram ciclovias como solução para a i-mobilidade, considerando o clima, a topografia e o gosto do belo-horizontino por carro e não por por bicicletas. Os xiitas das bikes representam 0,06% da população, mas são bons de barulho e nas articulações com os técnicos que precisam de desculpas para não cumprir suas obrigações. É mais fácil fazer ciclovias do que obras de arte da engenharia, dá muito menos trabalho e ainda ficam com a fama de moderninhos.

Como o presidente da Câmara Municipal é candidato a prefeito, seus questionamentos contrários a ciclovias e as cobrança para execução de obras reparatórias como a do Belvedere, não encontram eco, parece gritar ao vento, é reduzido a desavenças políticas, e não obrigação do Legislativo Municipal de fiscalizar e exigir que as ações concretas aconteçam no prazo da população e não da perdulária e incompetente máquina municipal, ocupada por gente preguiçosa que espera por aposentadoria, salva raras exceções.

Fato é que o caos se instalou no Portal Sul da cidade, exigindo da população sacrifícios que seriam poupados se houvesse resposta rápida e eficiência da prefeitura neste tipo de evento. E se não bastasse, o prefeito ainda tem a cara de pau de se candidatar à reeleição, como se tudo isso fosse algo normal e não incompetência do seu governo. Que tristeza assistir tudo isso e não ver reações do Legislativo, do Ministério Público e das associações que representam os vários setores da sociedade, é o retrato da decadência de uma cidade que definha aos olhos de qualquer cidadão mais atento. Pobre Belo Horizonte que já foi governada por um prefeito chamado Juscelino Kubistchek de Oliveira. E hoje é obrigada a se contentar com um que só “Fuod” a cidade…

José Aparecido Ribeiro é jornalista

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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