O “Galo ganhou” e a população se ferrou, ninguém dorme em BH depois de uma vitória atleticana

A cada vitória do “Galão da massa”, a população de BH é submetida a sacrifícios e prejuízos incalculáveis. Dirigentes são os responsáveis por isso

Foto: Massa atleticana após jogos vitoriosos

Passava de meia noite quando a festa atleticana começou, para varar a madrugada até o dia clarear. Saraivadas de foguetes, gritos, buzinaço, cornetas e toda espécie de barulho que atravessa o quarteirão e vai bater nos tímpanos de atleticanos, cruzeirenses, americanos e de quem não consegue ver no futebol, razão para tanta algazarra inútil.

Alguns dirão que é exagero e que o atleticano tem sim o direito de comemorar mais uma vitória, afinal o “galão da massa” vem levando todas. Realmente o tercedor tem o direito de comemorar, esbravejar, buzinar, soltar rojões e fazer o que bem entende, de preferência, em horário que não prejudique o sossego do restante da população.

Como a massa é uma locomotiva desgovernada sem controle e nem bom senso, as autoridades promotoras do espetáculo precisam conversar e achar meios de minimizar os impactos ambientais provocados em horários inoportunos, a cada vitória do time. Nos últimos dias a algazarra tem sido mais frequente face as sucessivas vitorias do “galo doido”.

Entendo as paixões futebolísticas, e sei dos benefícios que ele trás para os cartolas, alguns inclusive que acabam virando políticos mesmo sem ter vocação; para parcela da mídia que vive disso, e sobretudo para os próprios jogadores cujas contas bancarias estão sempre fornidas. Sem essa gritaria insana depois dos jogos nada disso seria possível. Mas a população não pode pagar com a própria saúde a cada vitória do galo.

A madrugada desta quinta-feira (16) foi uma das piores que BH já viveu. Ninguém dormiu na cidade. Incluindo enfermos, recém-nascido, crianças, idosos, animais domésticos, trabalhadores que precisariam do sono reparador para mais um dia de labuta. Reclamar dos excessos no meio da madrugada? Evidente que só se for para Deus, ocupado com coisas mais sérias e úteis.

Não existe lei do silêncio para torcedor do galo e nem limites para atleticano que se preza, nada mais importa para eles se não soltar os pulmões com o que ele mais gosta e sabe fazer: Gritar GAAAALOOOOOO! Sugiro aos que tem dúvidas sobre os prejuízos que essa loucura causa para a sociedade, tomar conhecimento dos números de atendimentos nos dois maiores Pronto Socorros de Belo Horizonte, Odilon Behres e João XXIII. São estarrecedores os resultados.

Horário de jogos no início e não no final da noite

Portanto, a única solução plausível e responsável está nas mãos de quem mais se beneficia com o desatino e euforia de torcedores desorientados que deixam o bom senso e a cidadania de lado quando o time ganha: Dirigentes e emissoras que transmitem os jogos de acordo com as suas conveniência precisam mudar os horários de jogos, permitindo assim que a população tenha o seu direito ao sossego preservado. Os jogos devem ser no início e não do final da noite.

Falar para um atleticano que ele deve respeitar o vizinho depois de uma vitória do “galo doido” é o mesmo que soltar uma criança no parquinho de diversões e pedir para que ela se comporte. Perda de tempo e risco de confusão. E não venham me dizer que isso só acontece de 50 em 50 anos. Atleticano faz barulho até quando ganha de time da “2a divisão’…

José Aparecido Ribeiro é jornalista e não tem time, torce pelo povo de BH indefeso nas noites barulhentas de vitória do “galão da massa”.

www.zeaparecido.com.br – WhatsApp: 31-99953-7945 – jaribeirobh@gmail.com

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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