O George Floyd brasileiro não era santo, tinha 15 passagens pela polícia e a maioria delas por espancamento de mulheres. Ele era um encrenqueiro com uma capivara nada desprezível para o mundo do crime, e estava foragido da justiça. Possivelmente, se não fosse barrado pelos seguranças terceirizados do Carrefour naquele ato de selvageria inaceitável, perpetrado por Magno Braz e Giovane Gaspar, hoje assassinos indefensáveis, ele teria matado a namorada que é caixa do supermercado.
Nada justifica os atos medievais registrados pelas câmeras de segurança do local, que levaram a óbito João Alberto Silveira Freitas, 40 anos – por acaso negro, e elevado ao status de “George Floyd tupiniquim”. Não defendo violência em nenhuma hipótese. A mecânica do crime, de certo será desvendada pela delegada responsável destacado para o inquérito, isso é apenas questão de tempo, pois a policia civil de qualquer estado brasileiro tem instrumental e experiências para isso.
Rigor da Lei aos assassinos se agiram desproporcionalmente
Os assassinos sofrerão o rigor da lei, menos pela comoção nacional provocada pelo oportunismo de jornalistas mal formados do que pelo fato em si. A questão aqui não é a da culpa e nem tampouco as motivações para o festival de ignorância midiático, mas o que fizeram com o episódio deprimente. Transformaram um crime brutal em crime de racismo com desdobramentos imprevisíveis. É mais uma tentativa da imprensa ativista de inflamar a população emburrecida e fragilizada com ódio no coração, que atende a comandos, no mais das vezes como uma boiada que segue o berrante.
Tudo pelo ibope e pela desestabilização do país, afinal o que importa é colar no governo todas as mazelas, especialmente se elas tiverem conotações racistas e envolverem “minorias desprotegidas”. O que querem é aumentar as diferenças e disseminar o ódio entre brancos e negros; héteros e homossexuais; pobres e ricos; ignorantes e letrados. Não foi pela cor que os dois trogloditas cometeram o crime ao se defenderem e nem pela classe social, poderia ter sido contra um caucasiano que reagisse e tivesse porte físico avantajado, só não vê quem é desonesto ou ignorante.
O crime ocorreu muito mais por despreparo dos dois seguranças incompetentes que agiram com o fígado e não com o cérebro, do que pela cor da vítima. Com efeito, o endereço dos protestos inflamados pela plebe ignóbil que também é cega e reage às provocações da mídia irresponsável. O endereço da quebradeira deveria ser o do Sindicato de Profissionais de Seguranças e Vigilantes, menos as lojas do Carrefour que embora não seja santo, neste episódio é também vitima por ter sua imagem atrelada ao ato de incivilidade abominável.
Ao Carrefour cabe uma pena solidária por responsabilidade civil na terceirização de atividade secundária à sua, pois é assim que reza a Lei e manda o bom senso. É preciso lembrar das consequências para empresas que não investem em treinamento do seu corpo de funcionários para lidar com crise de segurança, mesmo os terceirizados. O exemplo serve como uma luva. A incapacidade das corporações no trato com crises é notória e as consequências idem.
O ativismo da imprensa tem razão de ser
Já a imprensa, mais uma vez não esperou para transformar o caso em pirotecnia. É disso que o jornalismo sensacionalista hipócrita está vivendo nos últimos anos. Foi isso que editores, produtores, pauteiros, repórteres, e profissionais da imprensa especializada aprenderam nas faculdades nos últimos 40 anos, salvo honrosas exceções.
Foram doutrinados por professores ativistas que não evoluíram, estão parados no tempo lá nos idos da década de 80 do século passado. Nas universidades públicas é ainda pior, elas viraram antro da esquerda e despejam todos os anos no mercado profissionais incapazes de fazer juízo crítico da realidade. A maioria, programados para atender a comandos de ideologias que já não servem para os tempos atuais. Nem o distanciamento, recomendado pelo manual do bom jornalismo, é respeitado mais, virou deboche.
A pressa do tal “consórcio de imprensa”, donos da verdade, Rede Globo e Folha, em criar heróis e mártires chega a ser criminosa, um atentado contra os princípios do bom jornalismo. Que Deus nos proteja dos maus jornalistas e dos ignorantes que fazem a segurança de supermercados!
José Aparecido Ribeiro é jornalista independente em Belo Horizonte
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