O Jornalismo e o Turismo de Minas Gerais estão de luto com a morte de Hélio Fraga

Minas e o Brasil perdem um dos maiores e mais brilhantes jornalistas de turismo da história

Foto: Renato Cobucci

As notícias hoje chegam pelo WhatsApp, as boas e as ruins. Como faço antes de descer da cama diariamente após as orações, nesta quarta-feira (14) passei os olhos rapidamente nas mensagens que chegaram durante a madrugada e nas primeiras horas do dia, percebendo imediatamente que havia uma de Ana Cristina Fraga. Ao abri-la me deparei com a triste notícia que deixou o jornalismo mineiro e o turismo de luto. O amigo Hélio Fraga havia partido na noite anterior.

As ideias ficaram embaralhadas na cabeça e logo surgiu a imagem de Ana Maria e o que ela estaria sentindo naquele momento. Para quem não conhece, Ana foi a companheira de jornada de Hélio por 59 anos, um casal raro de se ver. Pensei como estava seu coração nos últimos 10 dias sem poder vê-lo e agora recebendo a notícia da sua morte por Covid-19, mesmo tendo ele tomado duas doses da vacina que promete imunidade contra o vírus.

Tentei me recompor e olhar novamente a foto da mensagem enviada 1h da madrugada por Ana Cristina que anunciava a morte do pai com a data do seu nascimento *21/04/37 e a data da sua partida, +13/07/21. Realmente não havia enganado Hélio Fraga partiu. Com o coração acelerado, minha memória me remeteu a uma manhã de domingo ensolarada na Av. Vieira Souto no Leblon, em frente ao hotel Marina Palace, dia em que conheci o amigo que tanta diferença iria fazer na minha vida profissional e pessoal.

Apresentado pelo também amigo e então chefe Cláudio Soares, Hélio parou a sua caminhada para nos cumprimentar usando o que ele tinha de sobra: simpatia e consideração pelo outro. Ele sabia ouvir, era paciente e habilidoso na arte dos relacionamentos, detalhe que para o jornalismo de turismo é essencial. Naquela ocasião a rede Horsa de Hotéis, empresa da família Tijuors de MG, que alçou a posição de maior rede hoteleira do Brasil, havia falido.

Eu tinha acabado de me formar na maior escola de hotelaria do Brasil, Hotéis Othon, recém-formado em turismo, iniciando a faculdade de filosofia na PUC Minas, recebi um convite desafiador e fui contratado para ser promotor de vendas de uma empresa falida. Foi o primeiro caso de auto-falência sem fechamento da história brasileira. A empresa quebrou, mas não encerrou suas atividades, deveria continuar aberta buscando resultados para pagar seus credores. Aceitei o desafio e aprendi muito nos 4 anos que permaneci lá.

Numa rápida conversa que tivemos, Hélio se interessou pela matéria e sentados na beira do calçadão do Leblon, o vi escrevendo em guardanapos o que seria publicado na sua próxima coluna de quinta-feira do Jornal Hoje em Dia, a melhor e mais rica coluna de Turismo do Brasil. Nascia ali uma amizade de 28 anos e um incentivo para que eu me tornasse além de Bacharel em Turismo e Filósofo de formação, futuramente, também um Jornalista.

O que Hélio fez por mim depois desta manha ensolarada de domingo numa praia da Cidade Maravilhosa só um pai faria por um filho. Por onde passei ele esteve ao meu lado me incentivando, e minha carreira deslanchou, ao ponto de seis anos depois eu me tornar por escolha dos meus pares, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis com seu total apoio e direito a matéria de capa.

Hélio foi assim como o amigo e também jornalista Marcos Souza Lima os impulsionadores da minha carreira de 32 anos na hotelaria. Ele sabia identificar talentos e não media esforços para ajudar quem ele enxergava futuro. O que eu não sabia é que a amizade fosse sair do campo profissional e prosperar do campo pessoal. Tampouco imaginava que 25 anos depois eu pudesse assumir a presidência de uma associação que ele ajudou a fundar e presidiu. A Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – Abrajet-MG.

Minha amizade com Hélio incluía frequentes encontros ao lado de sua amada Ana Maria, seus filhos Ana Cristina, Marcelo e do genro Cássio que ele tratava também como filho, e em especial os netinhos Ian,  Mariana, Larissa e Rafael. Fiel escudeira e esposa que ele tratava como uma rainha e que é exemplo de altivez, entornava afeto pelos olhos quando estava ao lado dela. Poucas vezes presenciei um casal que notadamente esbanjava amor um pelo outro. Helio e Ana foram a prova viva de que embora raras, almas gêmeas existem. Seus olhos azuis brilhavam ao lado de Ana. E o sorriso dela confirmava a cumplicidade dos dois no amor que ambos nutriam um pelo outro.

O jornalismo de turismo praticado com ética e a competência com a caneta lhes permitiram conhecer mais de 100 países, e eu a ter gravatas de pelo menos 30 deles. Helio não se esquecia de trazer lembranças de onde visitava para os amigos. Era um pai dedicado, um avô exemplar, e um marido apaixonado pela mulher 365 dias por ano, durante 59 anos. Hélio e Ana não enfrentaram as idiossincrasias da vida a dois, permaneceram na fase da paixão enquanto juntos estiveram, desde o primeiro dia de namoro.

Profissionalmente ele foi unanimidade, basta ver os depoimentos publicados ontem pelo jornal Estado de Minas. Matéria produzida pelo amigo Benny Cohen, editor chefe do portal Uai e membro da Abrajet-MG. Os elogios e despedidas vieram do Brasil e do exterior e em especial dos 40 jornalistas que formam hoje a Abrajet MG e que tenho a honra de presidir.

Hélio era um homem generoso, paciente, sabia tirar das pessoas o que elas tinham de bom e dar para elas o que elas esperavam dele. Na redação sempre foi o primeiro a chegar e o último a sair. Ensinou-me a ler o texto várias vezes, e corrigir os detalhes, ainda que eu não tenha sido um bom aluno. O esmero com a palavra fez de Hélio Fraga o jornalista brasileiro mais premiado internacionalmente.

Nós últimos seis anos ele havia driblado a morte pelo menos cinco vezes. Estive ao lado da família em momentos dramáticos de quase desesperança, e ele venceu todas, mas inexplicavelmente tombou após as duas doses da Astra Zeneca que promete imunidade contra a Covid-19.

Poucos mineiros representaram Minas Gerais com a galhardia de Hélio Fraga. Foi o embaixador de Minas no mundo inteiro. Por onde passou levou seu bloquinho de anotações e a sua caneta, sabendo transformar textos primorosos em viagens instigantes para leitores que o acompanharam por seis décadas.

Foram milhares de horas de voos e inumeráveis companhias aéreas, sempre na companhia de sua amada que ele cruzou o globo levando seu talento e registrando tudo que via com sua caligrafia primorosa de estudante dedicado. Sua marca, a humildade, a simplicidade, o respeito pelo próximo e uma sensibilidade rara para transformar o que via em textos primorosos.

A história de sucesso de um jornalista que dedicou 60 anos à carreira.

Em Maio de 2018 Hélio Fraga completou 60 anos de ininterrupta atividade jornalística em Belo Horizonte, era reconhecido como um dos mais brilhantes profissionais que a imprensa mineira produziu nessas seis décadas – premiado internacionalmente pela qualidade de seu trabalho, sempre com a marca da competência, idealismo, compromisso social, seriedade e dignidade pessoal.

Passou pelas principais Redações de Belo Horizonte: “Estado de Minas”, por 20 anos; TV Itacolomy e TV Alterosa, por 7 anos; semanário “Binômio”; “Diário de Minas”, de 1959 a 1964; “Correio de Minas” e revista “3 Tempos”, em 1962/63; semanário “Jornal de Domingo” (1987/88); e jornal “Hoje em Dia”, a partir de seu primeiro número, em fevereiro de 1988, até o seu fechamento em 2015.

Foi editor de Esportes, chefe de Reportagem e editorialista do “Estado de Minas”, de 1967 a 1987; produtor do programa esportivo “Bola na Área”, recordista de audiência na televisão mineira; e pelo “Binômio”, ganhou dois Troféus Cid na festa dos Melhores da Imprensa, nos anos 60, como Melhor Repórter e autor da Melhor Reportagem.  Foi o primeiro jornalista mineiro a receber o Troféu Bola de Ouro, no Rio, além de três Troféus Gandula em São Paulo.

Pelo “Hoje em Dia”, Hélio Fraga tornou-se recordista de prêmios na imprensa especializada em Turismo, com 22 troféus internacionais, destacando-se a Medalha de Ouro do Governo da França (2002) e oito Diplomas de Honra da Comissão Européia de Turismo – entregues em Gênova, Antuérpia, Viena e Edinburgh.

Recebeu ainda o Troféu Golden Circle Award da Corporação Marriott (San Francisco, Califórnia); Placa da Divisão de Turismo da Flórida (Orlando); Diplomas da Câmara de Comércio e Kiwanis Club de Fort Lauderdale, Flórida; Diploma do Instituto de Promoção Turística de Portugal; Diploma da American Airlines (Cancún, México).

Outras homenagens recebidas no exterior: títulos de Cidadão Honorário do Estado do Texas (1988); de New Orleans, Lousiana (1989); e de Walt Disney World (1991). E diploma do Comitê Organizador das Olimpíadas de Munique (1972).

Conheceu mais de países; tem mais de 9.000 horas de vôo; já completou 212 travessias oceânicas (Atlântico, Pacífico e Índico); viveu com famílias nos EUA e Inglaterra, em programas de intercâmbio cultural. Diplomado em Inglês pelo Westminster College de Oxford, Inglaterra (1968). Participou, durante 30 anos, dos maiores congressos mundiais de Turismo e Hotelaria. Só nos Estados Unidos, foram mais de 40 participações nos congressos Pow Wow International, Florida Huddle, La Cumbre, Gateway America etc.

Cobriu três Copas do Mundo de futebol: Inglaterra, em 1966; México, em 1970; e Alemanha Ocidental, em 1964. Nas duas últimas, foi editor geral da equipe dos Diários Associados. Assinou, por 17 anos, a coluna esportiva “Por dentro do futebol”, dividindo a página com o escritor Roberto Drumond. Era sócio benemérito de vários clubes, federações e associações esportivas.

Entre os prêmios recebidos no Turismo Nacional: Troféu Festival de Gramado (2005), entregue pelo então ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia; Diploma de Amigo do Rio (Riotur); Prêmio Imprensa de Turismo (1991); Troféu Honra ao Mérito, de Foz do Iguaçu; placas de reconhecimento e troféus do Maceió Convention Bureau; Abih Nacional, entidade máxima da hotelaria brasileira; Abih de Minas Gerais (sócio benemérito); Abav de Minas Gerais (agências de viagens); Abrasel/MG; Medalha do Mérito do Sindetur/MG; e placa do Skal Internacional BH.

Em Minas Gerais, Hélio Fraga recebeu as principais condecorações de nosso Estado: Medalha de Honra da Inconfidência (1984), por ato do  Gov. Tancredo Neves; Insígnia da Inconfidência (1980), Gov. Francelino Pereira; Medalha Santos Dumont (1986); Medalha Alferes Tiradentes (1986). Recebeu, por unanimidade da Câmara Municipal, o título de Cidadão Honorário de Belo Horizonte – e idêntica honraria nos municípios de Santo Antônio do Monte, Curvelo e Montes Claros.

Também por unanimidade, e em reconhecimento ao apoio dado ao Turismo no Rio Grande do Norte, recebeu em 1997 o diploma de Cidadão Honorário de Natal, além de placas de reconhecimento do Governo do RN, Prefeitura de Natal, Abih/RN, Abrasel/RN e todas as entidades do setor. Considerava esta uma das maiores homenagens recebidas em sua carreira.

Nascido numa fazenda em Jaraguá-GO, em 1937, Hélio Fraga morava em MG desde sua infância, e reside em Belo Horizonte há mais de 65 anos. Aqui se casou com a educadora Ana Maria Noce Fraga, em 1967, e com ela teve três filhos: Luiz Otávio, falecido aos 12 anos, vítima de câncer cerebral e personagem central de seu livro mais famoso (O Menino Valente); e Marcelo e Ana Cristina, ambos casados. Tem 3 netos: Rafael, Mariana e Júlia.

Hélio Fraga dedicou ao Hospital Mário Penna a renda integral de todos os seis livros – além de O Menino Valente, publicou “Andanças – Caminhos do Mundo”, crônicas de viagens; “Bola na Área”, crônicas esportivas; “Ser Pai” e “Família, Último Lugar?”, sobre paternidade responsável; e “Qualidade Total – Homem ou Máquina?”, treinamento gerencial. Seus livros já foram lançados em mais de 50 cidades mineiras, e em várias capitais, como São Paulo, Rio, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Salvador, Curitiba, Manaus, Maceió etc.

Ao lado da esposa Ana Maria, Hélio Fraga teve marcante atuação em movimentos ligados à defesa da família, maior responsabilidade dos meios de Comunicação, valorização da cidadania, responsabilidade social e conscientização ambiental, com dezenas de palestras em todas as regiões do Estado (Zona da Mata, Oeste e Sudoeste de MG, Vale do Rio Doce, Vale do Aço, Sul de Minas, Triângulo, Alto Paranaíba, Jequitinhonha, Norte de Minas etc).

Através de sua coluna no Caderno de Turismo do “Hoje em Dia” – do qual foi editor por mais de 17 anos, sendo por ultimo consultor -, participou ativamente de todos os movimentos ligados à internacionalização do Aeroporto Metropolitano Pres. Tancredo Neves, em Confins, e transformação de Belo Horizonte em grande pólo de feiras, eventos e convenções, apoiando as principais ações do Belo Horizonte CVB, Belotur e entidades diversas.

Também em sua coluna, sempre defendeu os interesses das comunidades mineiras em vários setores além do Turismo – como valorização do Poder Legislativo; implantação de programas de defesa da natureza; conservação das estradas e melhor fiscalização; valorização da cultura, folclore, artesanato e outras manifestações; conscientização dos municípios para um melhor aproveitamento de suas belezas naturais, culinária, festas populares e diversidade cultural.

Durante 16 anos de atuação na Cemig, percorreu todo o interior do Estado, ajudando nos programas de conscientização das comunidades – a partir das escolas de 1º Grau – sobre racionalização do uso da energia. Promoveu Encontros Regionais de Imprensa, buscando valorizar os profissionais de pequenos jornais e rádios. Coordenou, na inauguração de grandes obras hidrelétricas, a área de Comunicação. Foi assessor de Imprensa e assistente da Diretoria, aposentando-se na maior empresa de MG em 1991.

Idealizou na Cemig um programa de Relações Parlamentares, destinado a abrir maior espaço aos representantes do Poder Legislativo e na acolhida a seus pleitos (eletrificação rural, iluminação de periferias etc). Durante 4 meses, em 1986, foi secretário adjunto de Minas e Energia (Gov. Hélio Garcia).

Entre vários cargos exercidos nessas 5 décadas, se destacam: membro do Conselho Curador da Associação dos Amigos do Hospital Mário Penna; presidente do Madrigal Renascentista; diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MG; diretor da AMCE, entidade dos cronistas esportivos; presidente, por 2 mandatos, da Abrajet/MG (jornalistas e escritores de Turismo).

Depoimento de amigos

Sérgio Moreira, jornalista e ex-presidente da Abrajet-MG relatou no grupo da entidade: “A imprensa mineira mais triste, descanse em Paz jornalista Hélio Fraga, você foi um marco do jornalismo mineiro e nacional, nos deixa aos 84 anos. Era um ícone , dedicado ao jornalismo , foi amigo de meu pai jornalista Wander Moreira, e tive a honra de ingressar na ABRAJET MG com ele sendo presidente em 1989, em reunião no antigo Hotel Del Rey. Na foto, em 2018, em Gramado, no Festuris, foto tirada pela esposa Ana Maria. Fica a saudade do amigo de minha vida, de menino até hoje veimmmm. A vida é um sopro!” conclui Sérgio.

Hélio Fraga escreveu boa parte da história da hotelaria mineira em suas prestigiadas colunas de turismo dos principais veículos de comunicação onde atuou. Atento aos detalhes e com percepção aguçada a prestação de serviços escrevia com rara clareza e redacionalmente próximo da perfeição, escreveu o também jornalista e consultor hoteleiro Maarten Van Sluys”

“Tive a enorme satisfação em recebê-lo incontáveis vezes nos hotéis gerenciados por mim. Em todos eles minha equipe de colaboradores teve o privilégio de ouvir suas palestras nas quais descrevia experiências vividas em incontáveis viagens e hotéis espalhados pelo mundo. Os “cases”, como sempre retratavam exemplos de notória hospitalidade como por vezes também o oposto”.

Maarten continua, “Nos tornamos amigos e trocávamos muitas informações. Nos últimos anos recolheu-se mas nunca deixou de estar a par dos acontecimentos. No ano passado pude estar com ele em um derradeiro encontro presencial. Que descanse em paz e que prevaleça o exemplo de grande profissional e ser humano digno”, conclui o amigo.

Dino Sávio, também jornalista e publicitário dono da Partners Comunicação relata no grupo da Abrajet MG:  “Minas perde uma referencia de quem praticou jornalismo com “J” maiúsculo, como diriam os mais antigos. Eu perdi um amigo querido e uma referência de competência e dedicação. Vá em paz Hélio Fraga”, conclui o empresário.

Maurílio Costa, jornalista com mais de 60 anos de profissão com passagens marcante pela Rádio Itatiaia, disse: “A subida do HFraga, aos 84 anos, é mais uma perda que todos sentiremos. Homem de bem, amigo sincero, com o qual convivi por quase seis décadas dignamente no jornalismo de turismo e desportivo. Vá com Deus caro Amigo. Deixo minhas condolências à sua harmoniosa Família”, concluiu Maurílio.

Manifestações como estas não param de acontecer, chegam de todo o Brasil e são exemplos que servem para encerrar este arrazoado que dedico à família de Hélio Fraga, em especial à sua fiel escudeira e amada Ana Maria Fraga. Que deus receba o Hélio com a mesma honra que seus amigos admiradores se despedem. Descanse em paz e como o sentimento do dever cumprido.

José Aparecido Ribeiro é jornalista e presidente da Abrajet-MG

Contato: jaribeirobH@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945 – www.gmail.com.br

Crédito de fotos: Ana Cristina Fraga

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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