O que é melhor para Belo Horizonte, metrô ou monotrilho?

Existem diferenças significativas entre o metrô e monotrilho, mas os efeitos são os mesmos, a melhora na qualidade do transporte público de média e alta capacidade

Foto: Blog do Lindenberg

O presidente Jair Bolsonaro esteve ontem quinta-feira (30/9) em Belo Horizonte quando comemorou 1000 dias de governo e participou de reuniões relativas à liberação de R$ 2,8 bilhões para melhorias do metrô da Capital e também do lançamento do primeiro Centro Nacional de Vacinas, que terá a capital mineira como sede.

A expansão do metrô é esperada há mais de quatro décadas e chega em momento oportuno face ao caos que se abateu sobre o sistema de transporte coletivo da capital, majoritariamente feito em carrocerias de ônibus com poucos apelos para que usuários do transporte individual passem a utilizar o transporte coletivo, aliviando o terceiro pior trânsito do mundo, o de Belo Horizonte.

Foto: Portal da Mobilidade – Monotrilho de São Paulo

Porém, com a construção da linha dois do metrô, ligando o Calafate ao Barreiro e a expansão da linha um chegando ao Eldorado em Contagem, resolve-se apenas parte do problema. A solução não é a que a maioria das pessoas pensa. Embora seja o desejo da população este modal de transporte tem uma execução lenta, cara e desnecessária.

Estudos mostram que existem outras alternativas de modais de transporte de massa mais baratos e que produzem o mesmo efeito do metrô. O mototrilho e o VLT custam cinco vezes menos e podem resolver as demandas de transporte de cidades com as mesmas características de Belo Horizonte, com demanda de 30 mil passageiros hora pico sentido.

Portanto, o momento sugere reflexões sobretudo quando se debate o futuro da BHTRANS. É o futuro da cidade que está em jogo. Talvez seja a hora de quebrar paradigma e fazer escolhas que tenham mais a ver com a topografia, com o clima, com os recursos que a cidade possui e com o se traçado. Isso exige tomadas de decisões importantes, pois a escolha do modal de transporte que possa dividir com os ônibus, a tarefa de transportar 2 milhões de passageiros diariamente em BH ganha importância significativa e conotações de urgência.

A decisão de construir metrô ou monotrilho precisa ser tomada pela Prefeitura de BH, para ontem

A decisão precisa ser tomada ouvindo os diversos atores envolvidos no tema, e não apenas os técnicos que representam o governo municipal e estadual. A comunidade de engenharia tem realizado estudos que apontam para o MONOTRILHO como o transporte capaz de mudar comportamento.

Entre outras vantagens, sua execução evita desapropriações, pode ser construído nos horários noturnos, sem interferências no trânsito, aproveitando o traçado de avenidas, sem roubar espaço no chão já que é suspenso e circula por vigas de concretos há 15 M de altura. Os corredores de transito de BH estão saturados e qualquer modal que concorra com o carro, deve ser evitado.

Foto: Portal Mobilidade Sustentável – Monotrilho suspenso em Portugal

O monotrilho é perfeito para cidades com o perfil de BH, tem designe futurista e pode resolver definitivamente o tema transporte público. Havia um mito de que o monotrilho não carregava passageiros em quantidade suficiente, mas a experiência em cidades com demandas semelhantes às de BH derrubam a tese e revelam que o modelo é eficaz, moderno e pode transportar até 48 mil passageiros hora pico sentido.

Cada composição de Monotrilho carrega até 1.070 passageiros com intervalos de 90 segundos, em 7 composições, podendo ser menores. (modelo que está sendo construído em SP) com tecnologia canadense, na fábrica da Bombardier em Hortolândia.  O volume de passageiros transportados atende a demanda da capital por mais de 50 anos, segundo informações da TENPRO ENGENHARIA, empresa detentora dos estudos preliminares, entrevistada pela coluna.

Especialista revela os custos para construção do metrô e do monotrilho

O mais importante, segundo o Eng. Luiz Otávio Portela, especialista no tema é o custo do KM do monotrilho que fica em torno de R$70 milhões incluindo estações, contra R$350 milhões do metrô, sem incluir estações. Portanto o Monotrilho surge como alternativa a ser considerada para o transporte de massa de BH e da região metropolitana e precisa ser entrar na pauta de prioridades do governo municipal.

Luiz Otavio revelou ainda que a cidade possui mais de 120 km de linhas de monotrilho com projetos e estudos de viabilidade prontos e viáveis: Já apresentamos isso para a Prefeitura, para o próprio prefeito logo no inicio do seu governo, mas não obtivemos respostas. Cada dia que passa fica a sensação de que estamos perdendo tempo”, relatou o engenheiro que é um dos maiores especialistas em projetos de monotrilho do Brasil e vice-presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros – SME.

José Aparecido Ribeiro é jornalista e membro da Comissão Técnica de Transporte da Sociedade Mineira de Engenheiros

www.zeparecido.com.br  – WhatsApp: 31-99953-7945 – jaribeirobh@gmail.com

 

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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