O que você diria para uma mãe que teve seu unico filho de 22 anos assassinado por um policial civil?

A pergunta que me faço nas últimas 24 horas corre contra o tempo, exigirá resposta nas próximas horas, pois estarei frente a frente com uma mãe que perdeu o seu único filho de 22 anos assassinado por um agente da lei, a facadas. O fato foi amplamente noticiado pela mídia com apenas um lado, a versão do homicida. Não se trata de um crime comum destes que viraram rotina na TV e nem causam mais comoção, mas de ato cometido por alguém que é treinado e pago para defender vidas, e não para matar.

É provável que não exista no dicionário palavra ou mesmo um conjunto delas capazes de confortar a dor de uma mãe nesta hora, a razão não dá cabo a este tipo de dor. O assassino deve ter mãe e não seria leviano perguntar para a mãe dele o que ela pensa disso… O que ocorreu de fato é assustador, assunto para autoridades comprometidas, competentes e defensoras da verdade. Delas o que se espera é distanciamento, imparcialidade, rigor investigativo e elucidação do que de fato ocorreu.

Do Ministério Público, guardião das leis, a família, os amigos, a sociedade desejam ver serenidade, diligência, experiência e firmeza na apuração dos fatos, afastando o corporativismo que já se manifestou logo após a tragédia. Narrativas, maquiagens, distintivos precisam ser desconsiderados. Deveriam ter sido usados para evitar a tragédia, o que não ocorreu. A sociedade enxerga no policial um defensor da vida e não um agente da morte, sobretudo quando falamos que a vítima era um jovem com apenas 22 anos. Não se trata de vingar a morte deste jovem, mas de justiça.

Se agiu em legítima defesa como alega, por que estava armado com uma faca? Relatos de quem esteve presente na hora, dão conta de que a vítima não portava arma. Já o algoz não só portava uma faca mas tinha conhecimento suficiente para usá-la em órgãos vitais. Ou seja, ao que parece, agiu premeditadamente. A morte é de um garoto possuidor de dupla cidadania, que poderia estar vivendo na Alemanha, mas escolheu o Brasil para o desespero dos pais.

Em tempos sombrios como os atuais, respostas superficiais, hipóteses precipitadas e dadas por agentes da lei que tendem a legislar em causa própria não podem em nenhuma hipótese serem aceitas como definitivas. A narrativa construída em menos de 24 horas foi baseada em depoimentos de quem praticou o crime, e imagens confusas, desconectadas que talvez não representem a verdade.

Buscar palavras dentro da racionalidade neste momento é ato inútil. Portanto, não é na razão que encontraremos alento. A única forma de anestesiar ainda que temporariamente o coração de uma mãe aniquilada pela dor é por um ato de fé. Minha palavra de consolo para Daniela Gesualdi, amiga e mãe de Kevin é de que Deus é soberano sobre todas as coisas: Seus caminhos e propósitos são sempre justos e perfeitos, ainda que aparentemente inexplicáveis.

No fim, todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o Seu propósito…

Kevin foi chamado!

José Aparecido Ribeiro é Jornalista em BH
e-mail: jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas