Com as boas perspectivas de ocupação, a hotelaria precisa estar preparada para receber os hóspedes. Treinamento e supervisão deve ser o foco dos gestores hoteleiros
Foto: Blog Bend izê – Festival Planeta Brasil
POR: Maarten Van Sluys – Jornalista filiado a Abrajet-MG e Consultor Hoteleiro, sócio da JPR Assessoria e Consultoria
“A performance da hotelaria da Grande BH no pós-pandemia ao longo do primeiro semestre deste ano sinaliza para perspectivas alvissareiras no setor do turístico de lazer, eventos e negócios. Registra-se que investimentos estão sendo feitos nos hotéis e atrativos gastronômicos por iniciativa de empresários privados, gerando uma demanda crescente por mão de obra.
O momento é crucial para o incremento de investimentos e esforços por meio das entidades do trade na promoção do destino e na captação de eventos para a capital, tão maltratada nos últimos cinco anos. Estes são elementos fundamentais para a superação das metas gerando um círculo virtuoso na geração de empregos e renda para os setores público e privado.
Na semana que antecede a 39ª Edição da Exposição Nacional do Manga-larga Marchador os números sinalizam para uma boa ocupação da hotelaria. Se compararmos com anos anteriores, o mercado saiu de 64% em 2019 e despencou em 2020 (ápice da retração da pandemia) para 7%. Em 2021, com o retorno mesmo que tímido das atividades econômicas, houve uma recuperação ainda que acanhada e chegou a 23,5%. Já 2022 pulou para 61%, o que é bastante positivo.
Na evolução janeiro a maio deste ano o mercado cresceu em média 14,8% mensais. Resumindo estamos quase no patamar de 2019 em que pese uma redução da oferta de leitos em 11,5% (ajuste que era previsto e natural de mercado). Já a diária média evoluiu positivamente partindo de R$ 200,39 em maio 2019, para R$ 263,02 em maio 2022 (nos trágicos anos 2020 e 2021 houve estabilização em R$ 210,00). O crescimento nominal da Diária-Média foi de 31,5%. Na evolução janeiro a maio 2022 o crescimento médio mensal de foi de 3 pontos percentuais totalizando 14,8% no ano.
Neste quesito o desempenho do mercado dentre todas as capitais brasileiras, BH registra o 4o maior crescimento exponencial. REVPAR (Receita por apartamento disponível): Como consequência do crescimento da ocupação e principalmente do valor das diárias, o RevPar é surpreendente: De R$132,40 em 2019 (mergulho para R$28,10 em 2020 e R$48,70 em 2021) chegando a R$ 160,50 em maio deste ano.
No desempenho mensal janeiro a maio o mercado evoluiu de R$81,00 em Janeiro para R$160,00 em maio. Crescimento expressivo de 97,5% (quase 20 pontos percentuais ao mês) no ano corrente. A capital mineira planeja realizar o “maior Carnaval de todos os tempos” em 2023, coincidindo com a abertura da moderna e tão esperada Arena Multiuso MRV (Estádio do Atlético Mineiro), além do Minascentro renovado, Expo Minas com grandes projetos de expansão e uma agenda de shows e eventos crescentes a todo vapor.
Foto: Expominas
Devemos lembrar nesta mesma esteira de acontecimentos que a cidade agora conta com o melhor aeroporto do Brasil (destaque em vários itens, como pontualidade, boas práticas ambientais e inovação). Falta apenas a prefeitura fazer a parte dela para diminuir o tempo de deslocamento entre o centro e o Aeroporto. Projeto oferecido pela BH Airport revela que é possível diminuir o tempo em 45%. Ou seja, reduzindo para 40 minutos entre a zona sul de BH até o terminal de embarque.
No setor hoteleiro no que depender dos eventos e negócios que geram demanda de hospedagens, BH está no caminho certo. Pequenos ajustes nos equipamentos receptivos, intensificação das promoções feitas pelo BH Convention & Visitours Bureau, Secult-MG e Belotur, aliado a capacitação de mão de obra, ninguém segura mais o turismo da capital mineira.
A hora é essa e quem não estiver preparado pode ficar para trás. Treinamento e supervisão, este é o caminho para o sucesso de um hotel e do destino cuja vocação é o turismo e a prestação de serviços.”
José Aparecido Ribeiro é jornaista
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