Circula na internet teoria conspiratória de que o vírus chinês foi criado com objetivo de promover uma assepsia na humanidade, com 7,7 bilhões de pessoas, eliminando assim os mais fracos e os pobres. Uma espécie de genocídio controlado pela “ciência” a serviço da política globalista, a tal reengenharia social. Se é verdade ou não, a história nos dirá e certamente os netos saberão fazer juízo do comportamento passivo que esboçamos diante do que assistimos, obedientes e sob as “ordens invisíveis” da nova ordem mundial.
Na prática enxergo em curso outro movimento com objetivo similar ao que a China e os globalistas impõem a humanidade, este facilmente comprovado. Ele pode ser visto nas gôndolas de supermercados quando comparamos os preços dos alimentos antes da pandemia e os de agora. Não sei por qual razão, mas a minha memória fotográfica funciona e registra como computador os preços de alimentos, e isso me permite afirmar que está em curso um genocídio apocalíptico contra os mais pobres no país que é celeiro de alimentos para humanidade.
Então vale lembrar que metade dos brasileiros sobrevive com apenas R$ 438 mensais, ou seja, quase 105 milhões de pessoas têm menos de R$ 15 por dia para satisfazer todas as suas necessidades básicas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E isso seria suficiente para intervenção governamental no controle de preço dos itens essenciais da cesta básica.
Sei que a turma do deixa disso dirá que a majoração nos preços dos alimentos ocorre em virtude da entressafra; da falta de chuvas; da oscilação do cambio e até do mal humor do produtor. Pois digo que se trata de covardia inaceitável, praticada contra vulneráveis e excluídos do mercado. Os preços dos alimentos triplicaram de uma hora para outra e estão levando a fome ou a subnutrição a milhões de lares, isso tudo debaixo do bigode dos três poderes: legislativo, executivo, judiciário e com a cumplicidade da elite empresarial brasileira.
O Analfabeto Político caiu por terra
Lembro-me do texto do historiador e filósofo Bertolt Brecht sobre o analfabeto político, aquele que estufa o peito para dizer que não gosta de política, sem saber o imbecil que o preço do feijão (R$20 kg), do peixe (R$45 kg) e da farinha (R$20 kg) do aluguel (R$20 M2), dependem das decisões políticas. Será? A realidade mostra que não é só de decisões políticas que dependem os preços, mas da largura da goela de quem produz e de quem atravessa, ou do todo poderoso e onipotente mercado.
Foto: José Aparecido Ribeiro
O mantra de que o mercado é soberano e não pode sofrer interferências de governos joga por terra a tese de Bertolt Brecht, abrindo espaço para perguntas que precisam ser respondidas por quem governa o país. Quem controla o preço da batata que até março era R$3 e hoje passa de R$10, o da banana que era R$2 e hoje é vendida a R$9, o da maçã que até poucos dias era R$5 e hoje passou de R$17?
A fome está tomando conta dos lares brasileiros, e a culpa é do mercado
Quem defenderá o alimento na mesa do trabalhador que perdeu emprego, auxílio emergencial e corre o risco de passar fome? Repito e insisto, o que está em curso se não é um genocídio é uma covardia inadmissível com os pobres. O governo precisa agir pois o mercado não tem personalidade jurídica, endereço e nem tampouco CPF. Não estamos falando de indigentes que ocupam marquises em praticamente todas as grandes e médias cidades do país, esses já jogaram a toalha e crescem em proporções alarmantes.
Foto: Tribuna de Minas
Refiro-me aos que ainda sobrevivem com ajuda de familiares e amigos. O pacote de arroz subiu de R$13 para R$42 e permanece desde abril, quando a pandemia começou e o argumento da entressafra foi chamado. A carne de segunda que era vendida a R$17, hoje está sendo ofertada por R$30. O leite antes encontrado por R$2,30, passou para R$4. Ninguém vive só de arroz, feijão e pão. Como fica a higiene pessoal, o vestuário, o transporte etc. A disparada nos preços não é sazonal, parece ter vindo para ficar e o mercado precisa de freios, antes que um genocídio ocorra no país que é celeiro mundial em alimentos.
José Aparecido Ribeiro – Jornalista
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