Preços dobram nos supermercados e o agronegócio é exaltado como salvador da pátria

Foto: Agroindustrial site

Nas últimas décadas, com o advento da mecanização e tecnologias aplicadas ao campo o agronegócio virou a menina dos olhos da economia brasileira, tomando o lugar da indústria que perdeu espaço para os produtos chineses que inundam o planeta com preços módicos, às custas do sacrifício e da exploração humana naquele pais de 1,4 bilhões de pessoas.

A mesma China que compra o excedente da produção brasileira de grãos, frango, carne, vende para o Brasil de produtos manufaturados até plataformas de perfuração de petróleo. Ela e todos os importadores também são responsáveis pelo que pagamos no caixa do supermercado, e este é o propósito do arrazoado a seguir, tratando a China como o principal comprador de alimentos.

A balança comercial China Brasil é favorável ao país em US$27,6 Bilhões de um total de US$62,87 Bilhões de vendas em 2019. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mostram que as exportações do agronegócio registraram US$ 10,0 bilhões só em julho de 2020. Números que representam 51,2% do total exportado pelo Brasil.

O bom desempenho do agronegócio tem compensado o recuo nas exportações de produtos industrializados, em queda motivada pela retração global atribuída aos efeitos da pandemia do Covid-19. Vou deixar os números de lado para convidar o amigo leitor que frequenta supermercados periodicamente para uma prosa que não depende de economistas e nem de políticos, mas de bom senso e observação.

Preços de produtos da cesta básica dobram nos últimos e ninguém se manifesta com firmeza

Foto: Prezunic

O número que interessa ao cidadão comum, seja ele rico ou pobre evidentemente com maior significância e efeitos para o pobre, é aquele que fica na gôndola do supermercado debaixo dos sacos de arroz, dos recipientes contendo óleo de soja, dos saquinhos de feijão, do pacote de café e outros que compõem a cesta básica, itens que não podem faltar na mesa do povo brasileiro, em nenhuma hipótese.

É sobre estes itens que nos últimos dias tiveram seus preços majorados alguns em 100% que devemos dedicar atenção para compreender a lógica onipotente do mercado e da política que orienta ou finge não ver suas práticas. Nada justifica em uma semana o saco de 5Kg  de arroz passar de R$15 para R$42; o litro de óleo de soja saltar de R$3,5 para R$6. O mercado é livre, o que determina o preço é a oferta x a demanda. Porém, o que estamos assistindo, em silêncio, é crime contra a humanidade, e isso não pode ser tolerado por ninguém, inclusive nós.

Como explicar para um cidadão comum que assiste na TV que o seu país é o maior exportador de grãos, carne bovina e de frangos do mundo se os preços destes produtos na gôndola do supermercado de uma hora para outra dobraram de preço e estão sujeitos a desaparecer? Que lógica é essa que em nome do lucro de um setor da economia, justifica a privação de milhões de pessoas a itens que nunca faltaram com preço justo na mesa de casa?

Se para ser o agronegócio o carro chefe das exportações o custo é o sacrifício de gente inocente, algo está errado na matemática da balança comercial e do agro-business brasileiro. Isso mostra que não é o excedente que está sendo exportado para alimentar bocas humanas do outro lado do planeta, a preço de ouro, mas a produção que abastece os lares brasileiros.

O povo espera do Presidente Jair Bolsonaro reação à altura e URGENTE.

Alguém está ganhando para que a maioria do povo pobre perca na hora de comprar o sagrado alimento. Não adianta estufar o peito com orgulho para gritar que o agronegócio é a salvação do país se ele sacrifica gente inocente e indefesa. O presidente Jair Bolsonaro tem se declarado um liberal, respeitador do livre mercado, porém não pode ser omisso e nem fechar os olhos para as práticas abusivas registradas nas gôndolas de supermercados nos últimos dias.

Omissão também é crime inaceitável e intolerável. Pedir patriotismo não basta, sobretudo quando o que tem por trás dos aumentos são interesses políticos velados e inconfessáveis.

José Aparecido é Jornalista e escreve sobre assuntos urbanos.

Contato: jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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