Quais as quatro rodovias federais mais perigosas e mortais do Brasil? Três delas estão em Minas Gerais

Conheça as piores rodovias do país, as que mais mataram em 2023

Foto: Reprodução Polícia Rodoviária Federal na BR 116

Os números seguem estarrecedores quando o assunto é mortes em rodovias brasileiras. Quatro das cinco piores passam por Minas Gerais. As informações são da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Infelizmente a campeã de acidentes é a BR-101, com 8.536 ocorrências registradas entre janeiro e setembro deste ano. Na segunda posição aparece a BR-116, com 7.979 ocorrências, seguida pelas BR-381 (2.414); BR-040 (2.316) e BR-153 (1.869). Vale lembrar que todas elas são rodovias de pista simples onde os acidentes fatais acontecem, quase todos envolvendo colisões frontais.

Um ranking que deveria envergonhar os políticos e os gestores públicos responsáveis pela infraestrutura do Brasil. Entra ano, sai ano, entra e sai políticos, e elas permanecem matando. Repare que em São Paulo os números são muito menores, e lá, mormente, está a maior frota de veículos do Brasil. O porquê disso: Rodovias bem construídas, com pistas independentes, traçado seguro e asfalto de boa qualidade que evitam as colisões frontais.

As rodovias mais letais são aquelas onde a vida e a morte estão separadas por duas faixas de 40 centímetros, quando elas existem. Em muitas delas, nem faixas existem mais, graças a incapacidade do DNIT e no caso das estaduais, DER, de fazer o dever de casa. As que lideram as mortes são: A BR-116, com 559 mortes registradas entre janeiro e setembro de 2023. Na segunda posição aparece a BR-101, com 487 óbitos, seguida pela BR-163, que registrou 204 mortes, todas de pista simples e traçado que contribuem para acidentes.

A maioria das rodovias foram construídas na década de 50 e 60 do século passado, para um modelo de veículo que não existe mais. Os carros hoje saem de fábrica com potencia muito superior ao que a rodovia foi planejada. E é nas rodovias que os imprudentes envolvem os prudentes em acidentes fatais, via de regra resultado de ultrapassagens em locais de pouca visibilidade e com pistas simples e sinuosas. É dever do estado proteger o cidadão que cumpre suas obrigações ao transito dos imprudentes, e isso só é possível com rodovias seguras e duplicadas.

Nova alta

Foto: Reprodução Hoje em Dia – Alysson Coimbra – Diretor Científico da Ammetra

De janeiro a outubro de 2023, 4.633 pessoas morreram em 55.464 sinistros nas rodovias federais. No mesmo período do ano passado foram registradas 4.552 mortes em 53.503 sinistros. O Blog conversou com  o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) Dr. Alysson Coimbra sobre o tema: “O número de mortes e sinistros em 2023 vai superar o de 2022 e isso é inaceitável, estamos caminhando na direção contrária à meta estipulada pela ONU de redução de, pelo menos, 50% de lesões e mortes no trânsito, até 2030. A segurança viária precisa ser encarada como uma política pública que salva vidas, reduz o uso dos já escassos recursos do SUS e que diminui os custos do governo com a previdência. Cada vida perdida no trânsito impacta diretamente a economia do país”, comenta.

Foto: Estradas brasileiras – 67,5% delas em péssimas condições

Vias sucateadas

Sinistros de trânsito são causados pela conjugação de fatores humanos como a desatenção e a imprudência, e principalmente pelas mas as condições estruturais da malha viária que potencializam as ocorrências. A mais recente pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou que a conservação de 67,5% da malha viária é classificada como regular, ruim ou péssima. O sucateamento das rodovias vai muito além dos buracos e da péssima qualidade do asfalto. Falta sinalização adequada, um controle sequencial de velocidade nos pontos com maior número de sinistros e uma normatização para o tráfego de veículos pesados, que são os que causam os sinistros mais letais. 65% da carga do país é transportada pelas rodovias, é preciso considerar esse número na elaboração de ações para garantir a segurança nas rodovias, como a construção de áreas de escape em trechos críticos, a criação de corredores exclusivos e a limitação de horário para o tráfego de cargas especiais”, avalia o especialista.

Tragédias constantes

Foto: Arteris – Imagens do acidente com ônibus que matou 7 torcedores paulistas

Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do Brasil e tem sido palco, nos últimos meses, de graves sinistros de trânsito, como o que deixou 6 mortos na BR-381, em 27 de novembro, e o que matou 7 torcedores do Corinthians, em agosto, no mesmo trecho da rodovia. No último dia 5, o cantor Zé Neto, ficou ferido em um sinistro ocorrido na BR-153, em Minas.

A série de sinistros revela a urgência em adotar medidas para garantir a segurança dos usuários das vias. No caso de Minas, a BR-040 tem um problema grave que é tráfego intenso de veículos pesados que transportam minério. Na Fernão Dias há uma falha da concessionária em adotar medidas para mitigar esses acidentes relacionados também a falhas mecânicas em veículos de grande porte”, pontua Coimbra.

Rodovias que perdoam

Foto: Rodovia Anhaguera em SP – Pistas independentes

O especialista destaca que a gestão pública do trânsito precisa contar com a previsibilidade do erro. Já sabemos que o fator humano está relacionado a grande parte dos sinistros, então temos que adotar medidas para que as rodovias perdoem essas falhas humanas. Esse conceito de rodovia que perdoa engloba ações como a sinalização adequada, tanto horizontal quanto vertical; qualidade do asfalto; instalação de defensas metálicas adequadas; modificações no traçado da via e outras ações que possam minimizar a gravidade dos ferimentos e o risco de mortes, como áreas de escape”, completa.

Em rodovias duplicadas e bem construídas o número de acidentes é bem menor do que nas que possuem pista simples. Trechos com grande movimento precisam ser duplicados com defensas ou afastamento entre uma pista e outra. Assim a gravidade dos acidentes tende a ser menores.

Ranking das rodovias com o maior número de acidentes em 2023

  1. BR-101: 8.536 – 2. BR-116: 7.979 – 3. BR-381: 2.414 – 4. BR-040: 2.316 – 5. BR-153: 1.869 (Fonte: Polícia Rodoviária Federal – PRF)

Ranking das rodovias com o maior número de mortes em 2023

  1. BR-116: 559 – BR-101: 487 – 3. BR-163: 204 – 4. BR-153: 177 – 5. BR-040: 151 – (Fonte: Polícia Rodoviária Federal – PRF)

A Matéria foi uma provocação da Jornalista Patrícia Pezim, da AKM Comunicação

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor do Blog

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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