Querem crucificar a Via 040 pelo que não foi feito na BR 040, mas o endereço dos culpados é outro

Querem demonizar a Invepar/Via 040 pelo que não foi feito na rodovia, e deixam de apontar os verdadeiros culpados

Foto: reprodução Via 040

A história da Rodovia BR 040 – Presidente Juscelino Kubitschek, que nos interessa quase todo mundo sabe, não é necessário seguir manuais do jornalismo para falar a respeito do significado dela para quem trafega e coloca a própria vida em risco diariamente ou mesmo eventualmente. A rodovia foi privatizada em 2012 no trecho que Liga Juiz de Fora ao Gama no DF, e quem ganhou a licitação foi a Invepar, leia-se Via 040.

O maior trecho de rodovia privatizado no Brasil com 941 km a serem reformados em sete anos, sendo 575 duplicados, incluindo o pior dos trechos, que vai de Belo Horizonte a Ressaquinha – MG, 132 km. Tudo certo, mas como sempre a burocracia venceu no país da esculhambação onde tudo pode e nada é responsabilidade de quem ganha para fazer a boa gestão da coisa pública.

Estão querendo demonizar a Invepar/Via 040 pelo que não foi feito nos sete primeiros anos de concessão da rodovia, e deixam de responsabilizar os verdadeiros culpados pela tragédia que são as rodovias federais que atravessam Minas Gerais, com destaque para a 381, 262, 040, 251, 116, 135, 153 e 050.

Foto: Reprodução ANTT

Acompanhei de perto a licitação da BR 040 antes de 2012 em audiências públicas as mais variadas, no âmbito federal e estadual, acompanho preocupado até hoje com algum conhecimento de causa e tenho visto a imprensa tentando cumprir seu papel de chamar atenção da opinião pública para o problema, de forma equivocada infelizmente.

Não tenho procuração para defender a Via 040 e ela não precisa disso, mas devo dizer que o concessionário fez a parte dele, tentou apresentar os projetos de obras nos trechos nevrálgicos da rodovia, mas na ocasião o meio ambiente (seus xiitas alojados no governo de Fernando Pimentel) não deixou a Via 040 cumprir com suas obrigações em prazo de contrato que era de 7 anos na ocasião.

Para tristeza de quem depende da rodovia, veio uma tragédia chamada governo Dilma Rousseff e suas consequências na economia. Mas antes devemos lembrar que os projetos executivos não deveriam ser feitos pela concessionária, e sim pela ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre cuja missão é licitar e prover infraestrutura para as rodovias, juntamente com o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte.

Foram investidos R$2 bilhões nos três primeiros anos de concessão em reparações e correções da rodovia onde era possível sem a interferência dos eco-xiitas. O trecho que mais demandava obras de arte da engenharia foi também o que eles, os eco-chatos, mais mostraram “serviço”, implicando com a vírgula fora do lugar, entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete. Os anos se passaram e a crise tornou a rodovia um verdadeiro mico para investidores, fundos Canadenses que não “tergiversam”, com dinheiro alheio, e cobraram da Invepar os resultados prometidos que não vieram.

A empresa cuja experiência na gestão de rodovias é inquestionável, basta ir a São Paulo e atestar como os próprios olhos a qualidade das rodovias que ela administra, entrou na janela de devoluções de concessões que o próprio governo encontrou para solucionar o problema que ele criou. Na primeira oportunidade, declinou e fez a parte dela.

Imprensa aponta o dedo para o endereço errado

Sendo assim importante informar que ela não construiu apenas praças de pedágios como a imprensa vem injustamente dizendo, ela fez muitas obras importantes de drenagem que não aparecem para os leigos, foram R$2 bilhões em recapeamento, sinalização e correções na estrutura da rodovia. Quando ganhou a licitação o volume de tráfego era um, mas quando começou a operá-la os números despencaram, pois a economia do país foi à lona, inviabilizando o contrato.

Em 2015, no auge da crise, a Invepar manifestou desejo de devolver a concessão, pois dos 575 km de duplicação que deveriam ser feitos até 2017, ela conseguiu apenas 85 km, em trechos cujo tráfego era menor e onde os xiitas não interferiam. Especialmente entre Felixlândia e Paracatú, MG. Percebendo o barco furado que entrou, a Invepar conseguiu repactuar com o governo federal só em 2020 a saída da Via 040 da concessão, pois o contrato era impraticável gerando desequilíbrio financeiro, face a recessão e a impossibilidade de cumprir aquilo que havia sido pactuado com a ANTT.

Na repactuação a Via 040 permaneceria até que outra licitação fosse feita, cuidando de recuperar seus investimentos e manter a rodovia em condições de trafegabilidade, pois nenhum fundo de investimento internacional entra em concessões para ter prejuízos. A desinformação e a maldade de parcela da imprensa tem tentado jogar nas costas da Via 040 a responsabilidade do que não foi feito, e isso só ajuda a deixar os verdadeiros responsáveis ainda mais malandros dos que já são.

Quem de fato tem responsabilidade pela carnificina da BR 040? Não é a Via 040, mas os agentes públicos escondidos em gabinetes da ANTT com sede em Brasília que a julgar pelo que se vê, estão se lixando para Minas Gerais. Eles sim, deveriam já ter feito outra licitação desde 2015 e não fizeram, estão empurrando o problema, fingindo não saber da sua gravidade. Prevaricam e não são punidos, assim como não trabalham com metas que possam lhe custar o emprego. O compromisso deles é com o umbigo e com o “cumpanheiros”.

Na verdade a Via 040 é vítima da incompetência destes servidores públicos concursados que não cumprem suas obrigações e saem ilesos dos crimes de prevaricação, omissão e desídia sem que seus nomes sejam se quer citados pelas reportagens da imprensa, que neste caso, presta desserviço para o conjunto da sociedade ao desinformar e tentar colocar nas costas do concessionário uma responsabilidade que não é dele.

Foto: Foto: Reprodução Diário de Barbacena

Em qualquer outro lugar do mundo, o edital de licitação da rodovia teria sido feito tão logo o concessionário percebeu o desequilíbrio financeiro, evidentemente arcando com os prejuízos do rompimento antecipado, mas preservando o mais importante que são as vidas de inocentes que circulam em uma rodovia sem segurança e ultrapassada.

Para piorar o que parece o fundo do poço, todas as vezes que uma tragédia acontece nesta ou em qualquer rodovia federal, em especial as colisões frontais que poderiam ser evitadas com pistas duplicadas, outro agente público desinformado aparece vestindo uniforme da Policia Rodoviária Federal para dizer que a causa do acidente foi a imprudência e não a incompetência de quem deveria ter feito a licitação que evitaria aquele acidente, alimentando um círculo vicioso sem fim e inútil.

Se o amigo leitor espera um apontamento de dedo para os políticos, vou lhe poupar os ouvidos e os olhos, pois estes, incluindo os que por ali passam em busca de votos de 4 em 4 anos  estão fazendo coisas mais importantes em Brasília ou em algum cruzeiro marítimo no Caribe. Eles mudam de partido, mas continuam os mesmos. Incluindo os que chegaram há pouco e não eram nascidos quando ouvimos dizer que a BR 040 seria duplicada nos seus trechos mais perigosos. A mesma ladainha que serve para as BR´s 381, 262 e 116, onde político passa de óculos escuros uma vez a cada 4 anos.

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

www.conexaominas.comjaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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