Recuperação do mercado de trabalho no Brasil perde fôlego em 2023

Taxa de desemprego volta a subir e taxa de participação não se recupera, indicando desafios para a economia brasileira

POR: Joabson João – Jornalista especialista em economia

No início de 2023, os sinais de recuperação do mercado de trabalho nas regiões brasileiras mostram um arrefecimento, de acordo com um artigo publicado na FGV e escrito por Janaina Feijó e Paulo Peruchetti. A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo sobre a economia brasileira, especialmente no mercado de trabalho, afetando indicadores como a taxa de desemprego, a taxa de participação e o nível de emprego.

No decorrer de 2021, começaram a surgir sinais de melhora no mercado de trabalho brasileiro, mas ainda havia incertezas sobre a recuperação a médio e longo prazo, bem como sobre o ritmo dessa recuperação. Somente em 2022, ocorreu uma melhora mais expressiva, com o emprego se recuperando ao ponto de alcançar níveis recordes no final do ano. A taxa de desemprego, que chegou a 13,8% em 2020 e 13,2% em 2021, caiu para 7,9% no final de 2022. Contudo, a taxa de participação, que representa a relação entre a força de trabalho e o número de pessoas em idade ativa, ainda não se recuperou, permanecendo abaixo dos níveis pré-pandemia.

Dados recentes da Pnad Contínua mostram que a recuperação observada em 2022 perdeu força no primeiro trimestre de 2023, tanto em nível nacional quanto regional. Um sinal disso é o aumento da taxa de desemprego em relação ao trimestre anterior. Os dados revelam que, no primeiro trimestre de 2023, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 8,8%. As maiores elevações foram registradas nas regiões Nordeste e Norte, enquanto as menores foram no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Apesar disso, as taxas do primeiro trimestre de 2023 permanecem abaixo das registradas no mesmo período de 2022.

Além disso, o número de pessoas ocupadas também teve uma reversão no primeiro trimestre de 2023, após cinco trimestres consecutivos de crescimento contínuo. A região Nordeste foi a que mais contribuiu para a queda na taxa de participação brasileira, seguida pela região Sudeste. Ainda há preocupação com o fato de que a taxa de participação está abaixo do período pré-pandemia, e sua recuperação não tem sido efetiva nos últimos dois trimestres.

A massa de rendimento mensal real da população ocupada apresentou variações heterogêneas entre as regiões, com exceção do Nordeste, todas as outras regiões já superaram o nível pré-pandemia. Entretanto, no período mais recente, o enfraquecimento do emprego acabou impactando negativamente a massa de rendimento real nas regiões Norte e Sul.

Os dados divulgados para o trimestre móvel encerrado em maio de 2023 já apontam uma recuo da taxa de desemprego do Brasil para 8,3%, influenciada pela queda de pessoas em busca de trabalho. Porém, a taxa de participação ainda não apresentou sinais de melhora.

Assim, o cenário para o mercado de trabalho nas regiões brasileiras permanece desafiador, com a persistência de heterogeneidades e incertezas quanto ao ritmo de recuperação. Economistas continuam atentos aos indicadores para acompanhar a evolução do emprego e da taxa de participação, buscando compreender a dinâmica do mercado de trabalho no país.”

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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