Foto:Marcelo Matte ex-secretário de turismo e o Governador Romeu Zema
O secretário de turismo de Minas Gerais, o gaúcho Marcelo Matte, entregou o bastão na segunda feira (24), e o setor parece respirar aliviado confiante que desta vez o turismo vá parar nas mãos de quem é do ramo. Matte foi mais um que passou pela pasta e não vai deixar saudade para o trade. Ex-diretor regional da Rede Globo, Marcelo não conseguiu mostrar resultados significativos, por não conhecer ou por não ter recursos financeiros necessários, conduziu a pasta com a mesma estratégia usada na condução da regional da Globo em Minas, low profile, inexpressivamente.
Turismo servindo a partidos políticos
Há décadas o setor vem sendo tratado com atenção menor do que merece. Durante o governo Pimentel serviu aos interesses do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), pasmem. O partido recebeu a secretaria de porteira fechada. Foi assim ao longo da historia, relegado ao que sobrava para encaixar companheiros “vermelhos ou azuis”, regra geral gente que caia de paraquedas e não conhecia do riscado, no modelo “toma lá da cá” da nefasta governança de coalizão que loteia cargos e secretarias por todo país.
Passaram pelo turismo um radialista, um fisioterapeuta, dois médicos e um hoteleiro que morava no exterior, menos um profissional que entendesse o valor estratégico do turismo para a economia do estado, ou seja, mais uma vez serviu a partidos e não ao trade turístico, castigado pela crise há mais de 12 anos. No governo Zema a barganha e o loteamento de secretarias deu uma trégua, e pensava-se que o turismo fosse deslanchar nas mãos de quem entende do assunto, engano.
Foto: Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro do Turismo Marcelo Alvaro Antonio
No momento em que Bolsonaro presenteia o Estado com a pasta do turismo em Brasília, Zema parece não ter compreendido que turismo é coisa séria. Pior, o governador uniu a pasta com a cultura, bem intencionado, mas para pessoa errada. A única experiência que se tem notícia harmoniosa entre turismo e cultura, em épocas de esquerdismo e aparelhamento da maquina pública, foi a Bahia, na gestão Antônio Carlos Magalhães no final da década de noventa do século passado, quando à frente da pasta esteve o secretário Paulo Gaudênzi.
Secretário de Turismo da Bahia esteve em Minas e mostrou o caminho para prosperidade
Na ocasião estive no comando da seção Minas da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), meu primeiro ato foi convidar o secretário da Bahia para vir a BH nos ensinar como fazer gestão de turismo de forma eficiente. Ouvimos dele que planejamento a longo prazo, projetos que não dependam de governos para caminhar poderia ser o caminho. Foi ele o responsável, juntamente com empresa espanhola especializada em planejamento turístico, pela execução do plano aplicado à Bahia que tinha como metas transformar o estado no destino mais cobiçado do Brasil. Os resultados não demoraram e a Bahia é sucesso internacional até hoje. Paulo Gaudênzi foi o comandante em chefe da façanha e merece ser lembrado por quem é do ramo.
O momento pede ao governador estratégia e parceria no plano federal
Embora o assunto do momento seja Coronavirus, Zema tem a oportunidade de corrigir os rumos da secretaria não errando na escolha do próximo secretario. Minha humilde sugestão como profissional do setor há 30 anos, vai no sentido de uma decisão que tenha a participação do Ministro Marcelo Álvaro Antônio, que embora não seja egresso do setor está mostrando grande sensibilidade na condução do turismo nacional. Alguém da confiança de ambos pode ser a salvação do turismo em Minas.
Turismo não é brincadeira, precisa de conhecimento e ousadia
O estado de Minas Gerais está quebrado, e a esperança de dias melhores só pode vir de Brasília. Turismo precisa de dinheiro, conhecimento e uma dose de ousadia, pré requisitos que nas últimas décadas não foram percebidos no secretariado que dirigiu a pasta. As exceções existiram, mas foram poucas e devem ser lembradas, Maria Elvira Sales Ferreira e Erica Drumond.
Nomes não faltam para assumir a secretaria de turismo, é preciso apenas que Zema convide Marcelo Álvaro para uma prosa à mineira, ambos sabem o que é uma conversa ao pé do ouvido, pois são expert em mineiridade. Fica a dica e o desejo de uma boa escolha do novo Secretário de Turismo.
José Aparecido Ribeiro é Jornalista
Presidente da Associação de Jornalistas Especializados em Turismo de MG
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