Turismo em Minas inclui boas praticas ambientais. Secult está atenta aos impactos da atividade e recomenda atenção com a natureza e as culturas locais
Foto: Kleber Meira – CEO do Aeroporto Internacional de BH – BHAirport
De acordo com a BHAirport, concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte em Confins, 17 milhões de pessoas procuraram Minas Gerais para turismo e negócios em 2021, apesar da pandemia. Estou no jornalismo há 12 anos, e sou Bacharel em Turismo há 33 anos. Conheci todos os secretários de estado de turismo nestas três décadas, nenhum com a competência do atual, Leônidas Oliveira.
Não é por acaso que Minas Gerais cresce mais do que a média nacional no turismo, e também não é fruto da sorte que o maior site de reservas do mundo, o Booking.com, considerou alguns locais do estado os mais aconchegantes do planeta. Além de planejamento, uma conjunção de fatores faz o turista pós pandemia busca atividades ao ar livre, acolhimento e boas práticas ambientais, incluindo as culturais.
Foto: Leônidas Oliveira Secret de Turismo de MG/ ex-Ministro do Turismo Marcelo Alvaro Antonio
Minas vem mostrando para o mundo que vale a pena apostar em sustentabilidade. Começando pelo Aeroporto Internacional que acaba de ganhar prêmio como o aeroporto mais sustentável, ecologicamente correto e socialmente justo, concorrendo com aeroportos consagrados nos EUA e Europeus. Um feito que é inédito, e que tem valor para quem valoriza o planeta.
A Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerias – Secult, tem disseminado a idéia para gestores dos circuitos turísticos, secretários municipais e empresários, e tudo isso somado, o resultado não poderiam ser diferente, o turismo de Minas bate recordes de visitantes nacionais e estrangeiros.
Foto: Cachoeira Beija Flor – São João do Glória – MG
O turismo sustentável ganhou espaço em todo o planeta, e movimenta cerca de U$ 260 bilhões. Para falar do assunto, conversei com o professor da ESPM e especialista em sustentabilidade, Marcus Nakagawa. Ele é autor do livro 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo, ganhador do prêmio Jabuti 2019.
Marcos dá dicas para que o turismo aproveite o tempo sem deixar de lado a preocupação com o meio ambiente e a cultura local. Ele sugere que o turista pesquise antes de fazer uma reserva, se a pousada que ele escolheu preocupa-se com o meio ambiente. Isso vale para resorts, hotéis, hostess, e até campings. Práticas que a Secult-MG divulga e valoriza.
Foto: Marcus Nacagawa – Escritor e Palestrante
“Para chegar a esse lugar, provavelmente você vai utilizar o seu carro, um ônibus ou, ainda, avião ou barco. Pois é, até na hora de viajar deixamos uma pegada ecológica. Então, se você quiser mitigar essa pegada, a escolha do local onde ficará é fundamental“, relata o escritor.
Existem alguns certificados internacionais, como o EarthCheck, o do Global Sustainable Tourism Council (GSTC) e o Green Globe, específicos para esses tipos de estabelecimentos, mas se o hotel ou a pousada tiver a certificação ISO 14001 (Certificado Ambiental de Processos), já será um diferencial para as questões de sustentabilidade.
Foto: Turismo e Natureza em harmonia
Outra dica do livro é para o eco-turismo. “Além de nos manter vivos, dando-nos comida e abrigo, a natureza colabora com nossa saúde mental e física. A biofilia é uma teoria que defende que fomos programados para amar tudo que é vivo, e não objetos, e por esse motivo a natureza nos faz bem”, lembra Nacagawa.
O eco-turismo também incentiva a conservação do meio ambiente e busca uma maior conscientização ambiental. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), em 2015, 10% dos turistas em todo o mundo buscaram o turismo ecológico. O faturamento anual do eco-turismo no mundo, é estimado em US$ 260 bilhões. O Brasil participa dessa conta com cerca de US$ 70 milhões.
Foto: Floresta Amazônica – Destino turístico desejado por bilhões de pessoas
Nacagawa lembra ainda que sustentabilidade, vai dos impactos nas construções dos meios de hospedagem, até a picada de uma trilha no meio do mato, próxima a uma cachoeira: “É necessário seguir normas e procedimentos de operações de visita e traslados dos turistas, para não sobrecarregar o sistema ambiental, verificar se há justiça no pagamento dos motoristas, guias ambientais e funcionários dos hotéis e pousadas e oferecer o treinamento correto para todos os envolvidos com as atividades do turismo no local”, conclui o especialista.
No radar das praticas ambientais está a Amazônia, o maior bioma do planeta é sem dúvida um dos maiores e mais cobiçados destinos turísticos mundial. Praticar turismo sustentável naquele ambiente é desafio para os governos e para os operadores de toda a cadeia produtiva do turismo.
Quem é Marcus Nakagawa
Professor da ESPM, coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS); idealizador, ex-presidente e conselheiro da Abraps (Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável); e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida.
Criador da plataforma Dias Mais Sustentáveis (https://diasmaissustentaveis.com), é vencedor do Prêmio Jabuti 2019/Economia Criativa com o livro 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo e coautor dos livros “Marketing para Ambientes Disruptivos” e “Administração por Competências”.
Também tem a coluna Ação Ambiental, na Alpha FM (https://alphafm.com.br/ambiental) e foi um dos palestrantes, em 2020, do TEDx Coutdown, iniciativa global para acelerar as soluções dos problemas climáticos do planeta. Site: www.marcusnakagawa.com.
José Aparecido Ribeiro é jornalista e presidente da Abrajet-MG
www.zeaparecido.com.br – WhatsApp: 31-99953-7945 – jaribeirobh@gmail.com
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