A Reforma mobilizou mais de 9 mil trabalhadores e exigiu investimentos da ordem de R$2,7 bilhões. Romeu Zema esteve presente no evento na quarta-feira (24)
Foto: Romeu Zema – Governador de Minas Gerais
O Blog não poderia fechar a semana sem destacar o principal evento que aconteceu em Ipatinga nos últimos anos, a cidade do Vale do Aço que abriga uma das maiores e mais eficientes Usinas Siderúrgicas da América Latina, a Usiminas. O evento de conclusão da reforma do Alto-forno 3 que entrou em operação em potência máxima na quarta-feira (24), contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o presidente do Grupo Techint, Paolo Rocca.
Só quem conhece um alto forno de uma siderúrgica como a Usiminas sabe a grandiosidade e a as dimensões deste equipamento, que eleva a capacidade humana e a supremacia da engenharia. A reforma que ocorreu ao longo de 2023 teve foco, principalmente, na eficiência operacional e ambiental. Na seleta lista de convidados para a reativação do Alto-forno, além do staff da Usiminas, o presidente da Ternium, Maximo Vedoya e do prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes.
Foto: Paolo Rocca – Presidente do Grupo Techint
O presidente do Grupo Techint, Paolo Rocca destacou em seu discurso a importância da reativação do Alto-forno 3 como um marco na modernização industrial da Usiminas. “Quero reafirmar o nosso compromisso como acionista para impulsionar a Usiminas. Esse é o primeiro passo. O programa de modernização da Usiminas começou com a conclusão do Alto-forno e vamos continuar avançando. Não tem marcha ré. A Usiminas terá, nos próximos anos, grandes projetos de transformação, em Ipatinga, em Cubatão e na Mineração, para avançar na descarbonização das suas operações, para dar maior valor agregado aos seus produtos, para melhorar a sua produtividade e eficiência e poder competir com as melhores plantas do mundo com uma ampla gama de produtos”, afirmou.
Sofrendo na própria pele a concorrência desleal do aço Chinês, o executivo foi taxativo e criticou a prática, incentivada pelo governo federal, numa demonstração de desrespeito a quem gera emprego e impostos para a manutenção da máquina estatal. Trata-se de uma afronta à indústria nacional, cuja qualidade é similar ou superior ao aço que vem de fora. “Essa relação desequilibrada está fazendo danos muito graves no mercado de aço brasileiro e na indústria de transformação. Em todos os países onde operamos, há taxas para evitar a competição desleal com a China. No Brasil, o crescimento da importação do aço foi de 50% no último ano e não vemos nenhuma movimentação para bloquear esse processo”, destacou Rocca.
Foto: Romeu Zema, Governador de MG; Marcelo Chara, presidente da Usiminas; Ichiro Sato, diretor executivo global de desenvolvimento de negócios da Nippon Steel; Paolo Rocca, presidente do Grupo Techint; Gustavo Nunes, prefeito de Ipatinga; Máximo Vedoya, presidente da Ternium; Sergio Leite, vice-presidente de Assuntos Estratégicos da Usiminas.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais em segundo mandato, destacou em sua fala que os investimentos realizados pela companhia, demonstram a resiliência e a coragem dos seus gestores, que apesar da falta de isonomia, seguem acreditando no Brasil. “Parabéns a todos os envolvidos na reforma do Alto-forno 3, um projeto que se destaca como um dos maiores investimentos realizados em Minas Gerais durante esses cinco anos de governo. Um projeto grandioso, maior, talvez, do que 98% dos demais investimentos recebidos pelo estado”.
Para o vice-presidente de assuntos estratégicos da Usiminas, o engenheiro Sérgio Leite a obra tem sentido maior: “A retomada de operação do Alto-forno 3, atualizado com as tecnologias mais avançadas a nível mundial e responsável por cerca de 70% da produção de gusa em Ipatinga, representa um marco na história da Usiminas, uma história de mais de seis décadas marcada de momentos pujantes, dificuldades e revitalização”, destaca o experiente executivo.
Sérgio lembra ainda que: “Em 2023, a Empresa iniciou uma nova fase sob a liderança de um dos maiores Grupos Industriais do mundo, o Grupo Techint, com perspectivas de importante protagonismo nas próximas décadas, num momento em que o mercado brasileiro é vítima da concorrência desleal do aço importado chinês, apesar do intenso trabalho do Instituto Aço Brasil sem o apoio do Governo Federal”, encerrou o executivo que liderou uma das melhores fases da Usiminas, durante a sua gestão como presidente de 2016 a 2022.
Os números do Alto-forno 3 reformado
Os números referentes à reforma do Alto-forno 3 são expressivos e revelam a robustez da Usiminas na produção de aços planos. A obra mobilizou mais de 9 mil trabalhadores durante todo o ano de 2023 e recebeu R$2,7 bilhões em investimentos, possibilitando à reestruturação do equipamento, e permitindo uma melhor distribuição da carga metálica e dos combustíveis.
Houveram ganhos expressivo do ponto de vista ambiental. Agora o equipamento passa a conta com um controle mais moderno, além de diminuir consideravelmente as emissões de CO2 e de material particulado. Com esta reforma, a Usiminas passa a ser a Siderúrgica mais moderna do ocidente, concorrendo com as maiores do mundo em igualdade de condições, inclusive com baixas emissões de CO2.
A reforma foi comemorada na última quarta-feira (24), mas as operações do Alto-forno 3 foram retomadas em novembro de 2023 e o equipamento, com capacidade para produzir 3 milhões de toneladas anuais de ferro gusa, atingiu a produção em nível comercial ainda em 2023. A Usiminas não para e é responsável pela matéria prima (aços revestidos) de milhares de industrias que inclui a automobilística, a linha branca (eletrodomésticos) e a construção civil.
Foto: Fernando Passalio de Avelar, secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais; Romeu Zema, governador de Minas Gerais; Paolo Rocca, presidente do Grupo Techint; e Marcelo Chara, presidente da Usiminas.
Historia da Usiminas
Foi uma das reformas mais rápidas e eficientes experimentadas na Usiminas nos seus 68 anos de existência. O primeiro Alto-forno da Usiminas entrou em operação em 26 de outubro de 1962 por obra de Gabriel Andrade Janot Pacheco, designado pelo ex-presidente Juscelino Kustchek de Oliveira para a empreitada. Missão data, missão cumprida. Seu primeiro presidente foi o engenheiro Amaro Lanari Junior. A Usina de Ipatinga ocupa uma área de 377 hectares, a empresa gera 8 mil empregos, fatura R$33 bilhões.
Durante a reforma, foram gerados cerca de nove mil empregos temporários, sendo 60% das vagas ocupadas por pessoas da região do Vale do Aço. Cerca de R$ 400 milhões foram investidos em compra de equipamentos e materiais para a obra de fornecedores locais e, apenas de ISSQN, houve uma arrecadação de R$ 17 milhões. A empresa é a locomotiva da economia da Região que possui um dos IDH´s mais altos de Minas Gerais, na trigésima posição, em 853 municípios.
- Credito de fotos, incluindo a de Capa, divulgação – Nathalia Reis Arruda: Marcelo Chara, presidente da Usiminas; Ichiro Sato, diretor executivo global de desenvolvimento de negócios da Nippon Steel; Paolo Rocca, presidente do Grupo Techint; Romeu Zema, governador de Minas Gerais; Gustavo Nunes, prefeito de Ipatinga; Máximo Vedoya; presidente da Ternium; Sergio Leite, vice-presidente de Assuntos Estratégicos da Usiminas.
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor
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