Uso excessivo de smartphones nas férias preocupa os pais e especialista dá dicas de como lidar com as crianças neste período

Três horas e 53 minutos é o tempo gasto por dia com smartphone, é o que aponta pesquisa. O blog conversou com a educadora parental Stella Azulay sobre o tema e orienta pais a fortalecer vínculos

Foto: Alan Gordon – Freepik

No último mês, 47 milhões crianças e adolescentes deixaram as escolas do ensino básico e estão em casa, aproveitando o merecido descanso necessário para recarregar as baterias e retornar à atividades escolares em fevereiro. Algumas escolas só retornarão à atividades letivas depois do carnaval.

No Brasil, o número de crianças longe da escola neste período equivale a população da Argentina ou da Espanha. São crianças com idade de 0 a 12 anos, e 79% delas possuem um smartphone que foram utilizados, em média, três horas e 53 minutos por dia, de acordo com o Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil. Um desafio para as famílias que se preocupam com o desenvolvimento dos pequenos.

A pesquisa Panorama Mobile Time, realizada no fim do ano passado revelou que 44% das crianças brasileiras de 0 a 12 anos têm seu próprio smartphone e 35% utilizam o aparelho dos pais. O Youtube é o aplicativo mais acessado, seguido de Whatsapp e Youtube Kids, é o que aponta o estudo. O uso do smartphone aumenta conforme a idade das crianças, mas engana-se quem pensa que os menorzinhos estão fora da estatística.

De acordo o Panorama, 12% das crianças de 0 a 3 anos têm seu próprio smartphone e 40% usam o dos pais. A proporção muda nas faixas etárias seguintes. De 4 a 6 anos, 32% possuem o telefone com internet e 53% usam o dos pais. De 7 a 9 anos, 46% têm o seu aparelho e 43% usam o dos pais. Dos 10 aos 12 anos, 77% possuem smartphone e 17% usam o dos pais.

O tempo médio de uso diário começa em duas horas e 56 minutos por crianças de 0 a 3 anos de idade, conforme o estudo. Passa para três horas e 17 minutos na faixa etária entre 4 a 6 anos e para três horas e 29 minutos pelos que têm de 7 a 9 anos, até chegar a quatro horas e 46 minutos de uso pelas crianças de 10 a 12 anos. No levantamento, os pais explicam que a principal razão para dar ou emprestar um smartphone ao filho é entretê-lo. A questão é que o entretenimento pode trazer prejuízos ao desenvolvimento infantil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças menores de 2 anos não tenham nenhum contato com telas, nem mesmo televisores. A partir de 2 anos a TV pode fazer parte da rotina dos pequenos, por no máximo uma hora por dia. Ainda segundo a OMS, o celular só deve entrar na vida das crianças a partir dos 8 anos, com muita precaução. Os próprios pais reconhecem que o smartphone está ocupando tempo demais na infância dos filhos, 55% deles acreditam que as crianças passam mais tempo do que deveriam usando o aparelho, conforme o Panorama Mobile Time.

A lista de consequências pelo uso excessivo de tela é grande. Pesquisas mostram que a superexposição a eletrônicos pode causar déficit de atenção, atrasos cognitivos, distúrbios de aprendizado, aumento de impulsividade, diminuição da habilidade de regular emoções, provocando ansiedade, depressão e agressividade. Também pode gerar dependência digital, transtornos de alimentação e de imagem corporal, cyberbullying, além de ampliar o risco de abusos sexuais e pedofilia, problemas visuais, miopia, problemas auditivos e de postura.

O Blog conversou com a educadora parental e jornalista Stella Azulay, diretora da JUNTOS Educação Parental, sobre o tema, e ela dá dicas para evitar que o celular se transforme num problema no lugar de uma alternativas de diversão para as crianças: “Conectar-se com o filho é a única forma de os pais realmente estabelecerem bom diálogo e influência positiva. Essa conexão transforma a relação da família numa relação saudável, baseada em comunicação efetiva”, salienta a especialista.

As férias possibilitam aos pais, especialmente os que trabalham e encontram pouco com as crianças, momentos propícios para uma troca de experiência que possibilita também uma aproximação com os filhos, oportunizando o diálogo, o compartilhamento de emoções e experiências, segundo a educadora: “É preciso aproveitar as férias para aprimorar a comunicação e fortalecer o vínculo, abrir o caminho para que os filhos se sintam à vontade para relacionar-se com os pais e, amanhã, quando se tornarem adolescentes, não se fecharem no quarto, distanciando-se da família”, comenta.

Stella é autora de dois livros, “Como educar se não sei me comunicar” e “Conte sua história para seu filho”, que justamente propõe uma atividade de conexão e fortalecimento de vínculos familiares. O livro caixinha “Conte sua história para seu filho” traz 100 cartas, cada uma com uma pergunta sobre uma passagem da vida dos pais, na infância, adolescência e juventude, evocando lembranças como a emoção mais forte, a roupa mais marcante e a pior vergonha.

“É uma ótima atividade para as férias em família, para criar vínculos com os filhos e trazer momentos fora das telas. A brincadeira traz lembranças, promove conexão e criatividade.  Também permite aprendizados, troca de conhecimento e ensinamentos, como superação e resiliência. É uma brincadeira potente e poderosa, que possibilita à família criar momentos e lembranças valiosas, distante da internet”, encerra a educadora parental.

A Matéria foi uma provocação da Betine Comunicação – Jornalista Bartira Betini

José Aparecido é jornalista e editor

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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