Velha imprensa ignora protestos democráticos que tomaram as ruas no ultimo domingo em todo o país

Passei a segunda-feira esperando ver da imprensa retratação sobre sua ausência na cobertura das gigantescas manifestações registradas no domingo (14) em todos os pais a favor do direito ao trabalho e contra medidas antidemocráticas de membros do Supremo Tribunal Federal – STF. Não esperava uma cobertura lá grande coisa, apenas a prática do bom jornalismo, ainda que parcial. Lamentavelmente o que se viu foi omissão e flagrante desrespeito a conduta desejável e esperada, inclusive e principalmente a deontologia que rege o exercício da profissão que escolheu e jurou honrar quando colou grau na faculdade.

A imprensa esteve de folga no domingo (14), e deu as costas para o leitor, telespectador e ouvinte que espera dela boas práticas no exercício da profissão. De plantão, os poucos repórteres que compareceram nas redações estavam cansados ou foram escalados para a prática da militância, de acordo com interesses dos patrões ou deles próprios. Um escárnio inaceitável para quem deveria prezar por ética e princípios inerentes a profissão.

Foto: internet

Em pauta o direito ao trabalho e a defesa da Constituição

Com efeito, estava em pauta não apenas a insatisfação de milhões de pessoas com os abusos do STF, mas, sobretudo o direito sagrado de lutar pelo trabalho. Ou será que jornalista é mais importante do que garçom, comerciante ou qualquer outra profissão considerada “não essencial” por ativistas da ciência e políticos oportunistas?

O destaque menor dado ao evento é sinal de que a mídia está trocando a cobertura dos fatos pela sua versão da realidade. Vale o que pensam os editores, e menos os acontecimentos. Faz-me lembrar dos tempos de faculdade, quando calouro, aprendi sobre os Estudos Culturais de Stuart Hall e o seus diálogos com Antonio Gramsci.

A prática do jornalismo não pode jamais se misturar à militância ideológica e nem corroborar para que a verdade dos fatos possa ser negociada. No lugar de testemunhas privilegiadas dos acontecimentos, o que assistimos no pouco que se registrou foi narrativas descontextualizada e flagrante prática de fake news, ironicamente produzida por quem diz combatê-la.

Jornalista que se preza não vende opinião, e nem omite fatos

A tarefa do jornalista é informar, ser fiel aos acontecimentos, a seu público e jamais alienar sua ética por interesses de veículos, sob o risco de toda uma categoria cair no descrédito. Diante do que se viu, fica fácil deduzir que se as manifestações tivessem sido contra o governo, haveria repórteres em todas as cidades brasileiras.

Os protestos não foram de simpatizantes do presidente apenas, mas de brasileiros indignados com a tirania da suprema corte que de forma contumaz, desrespeita a Constituição. Os poucos veículos da velha mídia (consórcio de imprensa) que se prestaram a fazer cobertura, tentaram diminuir a sua importância. Salvo honrosas e raras exceções.

Público tratado anteriormente por “manifestantes antidemocráticos”, virou bolsonarianos

Fingir que não está acontecendo nada e que os “revoltosos” são apenas bolsonarianos, é um desrespeito a quem clama por liberdade. Se não fossem as redes sociais, o povo brasileiro não teria tomado conhecimento do que aconteceu nesta data histórica de resistência do povo e omissão da imprensa. A ausência de repórteres de campo nas manifestações virou chacota nas redes sociais.

Não é por acaso o desespero e a pressa em censurar as redes sociais. Querem a todo custo o controle das informações para que ela volte a virar moeda de troca em governos antirrepublicanos. As imagens não deixam dúvidas sobre as intenções antagônicas da mídia reveladas no seu comportamento, e os verdadeiros interesses do povo.

José Aparecido Ribeiro é jornalista diplomado

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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