Você acredita em pesquisas eleitorais? Elas são um desserviço à democracia

Foto: Site Tribunal Superior Eleitoral

As pesquisas eleitorais representam  desserviço à democracia e já deveriam ter sido proibidas pela Justiça Eleitoral. Elas interferem na escolha, sobretudo no voto de eleitores menos informados, aqueles cujo  julgamento crítico é comprometido pelo baixo nível intelectual, realidade da maioria do eleitorado brasileiro sem acesso a boa educação.

Outro detalhe é que o político que possui mandato ganha vantagens sobre os que estão iniciando na política, criando assim um círculo vicioso e negativo para o processo eleitoral. Nos pleitos para cargos majoritários de prefeito, governador e presidente, é necessário considerar ainda a máquina pública a favor de quem concorre à reeleição. Evidente que quem tem mandato leva vantagens.

Ao anunciar margem de erro baixa e nível de confiabilidade de 95% os institutos de pesquisas acabam por dirigir eleitores rumo ao voto útil. A questão é psicológica. Poucas pessoas compreendem o significado real e o mecanismo utilizado nas pesquisas. Evidente que o desejo de 1,5 mil pessoas não representa o conjunto de um eleitorado de 2 milhões de pessoas. Ainda que a estratificação possa parecer confiável.

Pesquisas são produtos comprados para atender a interesses particulares

Mas por que elas não foram proibidas ainda? As pesquisas são compradas e como qualquer produto, quem paga por elas pode fazer recomendações que deveriam por si só tirar a credibilidade delas. O problema é que a manipulação acaba por interferir na decisão do eleitor comprometendo a lisura do processo. Não enxergar isso é desonestidade intelectual de quem deveria questioná-las, especialmente a imprensa que tem o papel de reportar a verdade para população. Pesquisas provocam o efeito manada.

O método utilizado permite aos institutos de pesquisas dirigirem  informações contaminadas de modo a esconder o desejo do eleitor e atender interesses não republicanos. Os resultados na maioria das vezes  são corrompidos. Basta lembrar-se de exemplos como os da candidata ao senado por Minas Gerais, Dilma Rousseff e do Governador Antônio Anastasia que eram dados certos como eleitos. Porém nas urnas, as previsões não se confirmaram. Ou seja, erros crassos INADMISSÍVEIS que tinham intenções veladas.

Pesquisador da FGV atesta que pesquisas afetam na hora da escolha.

O pesquisador Jairo Pimentel que pertence ao Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp) da FGV chama atenção para a volubilidade dos eleitores. Ele afirma que as pessoas mudam de opinião facilmente e tendem a optar pelo voto útil. Sobretudo as menos críticas.

Ele lembra ainda que “o brasileiro médio não debate política com seriedade, e aí quando ele não vê seu candidato se destacar percebe que sua intenção inicial tinha inconsistências, e acaba sendo influenciado pela pesquisa, se deixando levar pela ideia do voto vencedor” relata. A dificuldade para identificar com precisão é fator decisivo para geração de resultados enviesados. Mesmo uma pesquisa ampla pela internet  deixa de fora quem não tem acesso à rede mundial ou não tem informações para participar.

O problema é que não tem como saber se quem tem internet vota do mesmo jeito de quem não tem, que é o mesmo problema das pesquisas como um todo, mas agravado por outras imprecisões das amostras coletadas em pesquisas enviesadas, normalmente encomendadas por políticos inescrupulosos.

As etapas do processo de pesquisa  podem sofrer  interferências e gerar vieses. Qualquer pesquisador honesto sabe disso. Especialistas afirmam que não existe pesquisa livre de interferências, 100% confiáveis. E que, portanto elas não deveriam ser permitidas, pois significam um desserviço ao eleitor e à democracia.

José Aparecido Ribeiro é Jornalista em Belo Horizonte

Contato: jaribeirobh@gmail.com – WhatsApps: 31-99953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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