Três Estados do Brasil concentram praticamente 55% do PIB Nacional (SP, RJ e MG). A ligação entre eles se dá por rodovias, ferrovias e principalmente por avião, sendo a malha aérea fator decisivo para os negócios e para as suas economias. Entre São Paulo e Rio, as viagens por avião podem ser feitas através da Ponte Aérea entre os Aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, os chamados Aeroportos Regionais. Por estarem em locais estratégicos dentro das duas cidades, eles facilitam a vida dos passageiros, em sua maioria, executivos e empresários. Os dois Aeroportos Regionais não concorrem com os dois principais Aeroportos Internacionais de suas cidades. (Cumbica, em Guarulhos, e Galeão, no Rio). Essa convivência pacifica e o posicionamento estratégico dos Regionais só trazem benefícios para passageiros que precisam conjugar tempo, custo e deslocamento.
Esse pequeno, mas importante detalhe significa incremento nos negócios entre os dois Estados e suas Capitais. Já Confins e Pampulha não gozam desta convivência pacifica, e quem sai perdendo são os usuários e a economia de BH. É fato que Confins melhorou o desenvolvimento do Vetor Norte da Capital, sobretudo depois do advento da Linha Verde e a criação do Aeroporto Industria. Todos os esforços estão sendo feitos pelo Governo de Minas para que o Aeroporto de Confins seja referencia e Huby Aéreo, nacional e internacional, o que merece reconhecimento e aplauso. Porém, o mundo empresarial e corporativo de MG vem sofrendo perdas significativas com a concentração de voos apenas em Confins, sobretudo os voos da Ponte Aérea, BH – Congonhas, em São Paulo e BH – Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Tais perdas podem ser medidas quando a decisão de realização de reuniões e eventos corporativos, tem como premissa a conta de tempo de deslocamento e os custos diretos. Aos ter que acordar 4H na madrugada para pegar um voo em Confins as 7H, executivos estão deixando de vir para BH. Distância e custos estão fazendo BH ser preterida pelos organizadores de eventos e empresários que necessitam deslocar para BH, procedentes das duas maiores cidades do País. As razões são obvias: De taxi, o deslocamento até o Aeroporto Internacional não sai por menos de R$240,00 (ida e volta). Se, ao invés do taxi o passageiro residente em BH preferir o seu próprio carro, além dos engarrafamentos crônicos, fruto de 13 gargalos ainda existentes na Av. Cristiano Machado e 45 sinais de trânsito, regra geral, sem sincronia, nas Avenidas Antonio Carlos e Pedro I, é preciso considerar a possibilidade de perda do voo em Confins e o custo de diária de estacionamento que não sai por menos de R$35,00.
Com efeito, em época de incertezas e de economia estagnada, empresas e executivos pensam duas vezes antes de decidir o local de suas reuniões, considerando custos e tempo de deslocamento como fatores decisivos. Sendo assim, a reativação de voos entre o Aeroporto da Pampulha e os Aeroportos Regionais de São Paulo, Rio de Janeiro, assim como Vitória e Brasilia, precisam ser considerados urgentemente. Preterir isso significa risco de perdas irreparáveis para a economia de BH e de MG. O tema precisa voltar a ser prioridade nas pautas do Governo e das Entidades que representam o comércio, a industria e os serviços da Capital Mineira, ainda que o numero de voos sejam reduzidos e em horários estratégicos.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos/Bacharel em Turismo
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
Ex-Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Seção MG
Sócio da JR & MvS Consultores e Desenvolvedores Hoteleiros
CRA MG 08.0094/D
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