Sobre a prisão do Jornalista Márcio Fagundes na última terça feira dia 18 de abril, que entra no seu 6º dia, seguimos sem compreender que justiça é essa que encarcera um inocente, e deixa solto um criminoso reconhecido em 46 processos no prontuário. O jornalista continua preso no CERESP, enquanto o ex-presidente da CMBH, WM, segue foragido, após possivelmente ter sido alertado de sua prisão.
Poucas vezes na história de Belo Horizonte, viu-se uma pessoa receber tantas manifestações de solidariedade como está acontecendo com o Jornalista Márcio Fagundes. Manifestações que vem não só de colegas, mas de várias áreas, inclusive do próprio judiciário, todos chocados com a forma que está sendo conduzida a investigação de desvio na CMBH. Se fosse bandido, de certo ninguém estaria se manifestando.
Márcio tem uma história de 40 anos no jornalismo e 64 de vida, sem arranhões. É um indivíduo simples, de poucas posses e querido por todos que o conhecem. O único erro que cometeu foi ter aceitado um convite para ser Superintendente de Comunicação da Câmara Municipal de BH. Aceitou, mas pouco tempo depois pediu exoneração. Atendendo aos pedidos da ala boa da CMBH, que ainda existe, voltou atrás e permaneceu.
Não seria por muito tempo, ele tinha pavor do novo chefe, não escondia isso dos mais próximo. WM é homem do mal, não precisa ter muita sensibilidade para perceber. Basta ter olhos atentos, isso é unanimidade. A relação sempre foi estritamente reduzida ao necessário.
O jornalista devolveu ao parlamento municipal, enquanto esteve lá, alguma credibilidade, ainda que não tivesse qualquer poder de mando, era um funcionário de terceiro escalão, obediente às normas da casa. Márcio carrega uma historia de vida ilibada, sucesso profissional e admiração de todos.
Reconhecimento que, diga-se de passagem, foi chutado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pela Justiça, ao ter armas de grosso calibre apontadas para sua cabeça, e truculência poucas vezes vista, dentro do seu modesto apartamento no bairro Sion, em BH na manhã de terça feira 18/4, na frente de seus filhos e de vizinhos atônitos. Gesto truculento, desnecessário e abominável. Marcio não furtaria a comparecer quantas vezes fosse necessário à justiça, como fez sempre que foi chamado.
Todo mundo sabe que licitações na Câmara Municipal têm ritos e que elas passam por comissões, pareceres de procuradores, cuja tarefa é não permitir desvios. Estes funcionários são de carreira, concursados e não estão sujeitos aos desmandos ou AMEAÇAS VELADAS de presidentes que mudam a cada 2 anos. Ou seja, se houveram erros, eles não foram do jornalista, mas de quem é responsável pela fiscalização e ritos dos processos licitatórios da casa legislativa.
A peça jurídica que levou Márcio ao cárcere é frágil e remete a reflexões sobre os limites do MP e da justiça. Bastaria, mas o espetáculo pirotécnico agravou ainda mais o ato de injustiça, a soberba do MP e da Polícia Civil. E isso será provado, ainda que o estrago tenha sido feito e que reparações sejam impossíveis. Amigo leitor, 6 dias de CERESP destroem a vida de qualquer indivíduo ainda mais quando ele é inocente e preso injustamente por “não colaborar com a justiça”. Inacreditável, é palavra mais apropriado para tamanho absurdo.
A ação que levou Márcio a prisão é fruto de uma denuncia anônima, segundo o próprio MP. O ato foi por ordem da Chefa de Polícia, que neste caso torna-se testemunha principal. Ou seja, sem consistência. Marcio assinou documentos como qualquer servidor que obedece a ordens de superiores. Não entende nada de administração publica. Repito, é homem de vida simples e poucas posses, sua felicidade está nos livros, e livros não tem valor financeiro significativo que justifiquem mal feitos. Quem o conhece sabe que ele é incapaz de fazer mal feitos.
A simples assinatura de um documento não configura crime doloso e nem culposo. Choca a todos e isso coloca o MP mineiro sob suspeição, pois pediu o encarceramento de um inocente ao passo que deixa solto um criminoso que, ao contrario do jornalista, recebe repudio até de colegas. A propósito WM segue foragido depois de ter sido alertado da sua prisão na manhã de terça 18/4. Outro “enigma” que todos nós esperamos ser explicado pela justiça, pelo MP e pela Polícia Civil é a Rede Globo ter chegado antes da própria polícia na casa do Jornalista…
José Aparecido Ribeiro
Jornalista e blogueiro no portal uai.com.br – portal: osnovosinconfidentes.com.br – DRT-17.076
Colunista nas revistas: Minas em Cena, Mercado Comum e Exclusive
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