SINAIS EM ONDA VERMELHA NA CAPITAL NÃO É POR ACASO!

Se ao deslocar pelas ruas de Belo Horizonte você tem a sensação de que os sinais vermelhos estão no seu caminho te perseguindo, não se assuste, não é paranoia sua e nem mania de perseguição. Acredite, é proposital e tem gente por trás fazendo isso, não é obra do acaso. A ordem é segurar o tráfego e não permitir a fluidez. Tudo em nome do pedestre e da sua segurança… Bonito e politicamente correto, já que o “bacana” é repetir: “A cidade é para as pessoas, e não para os carros”. Será? Na prática, acredite a onda vermelha vale para onde não há nem vestígio de pedestres também, como na maioria dos grandes corredores que atravessam Belo Horizonte. Encontrar uma via com sincronia de sinais, do inicio ao fim é tarefa que pode ser contabilizada nos dedos de uma mão. Um olhar atento mostra que a sequencia de 3 sinais verdes e um vermelho é quase uma regra. Embora ninguém seja a favor dos apressadinhos, o correto seria uma onda verde que privilegiasse a fluidez, se a velocidade de 60km/hs for respeitada. Mas nem a 60km/hs, em corredores que poderiam ser 70km/hs, sem prejuízos para a vida, tem sido suficiente para deslocar livre com um mínimo de previsibilidade e fluidez por BH. Não por acaso, repare, nos locais onde o vermelho é o tempo da vez, os detectores de avanço estão lá, firmes, misturados à parafernália de instrumentos que fazem parte do arcabouço arrecadatório do gestor do transito, funcionando a todo vapor, como maquininhas caça níqueis. Á titulo de exemplo, a Av. Amazonas, que começa na Praça da Estação, no Centro de BH, e termina no Anel Rodoviário, em Contagem, pasmem, tem 43 sinais de trânsito, ainda. Fiz o trajeto em horários alternados e em todos eles, parei mais de 20 vezes. Ou seja, mais de 50% do tempo de deslocamento, o veículo está parado, em uma sequencia de onda vermelha desnecessária, absurda, queimando combustível, tempo e correndo riscos de perder compromissos, como se o correto fosse enxergar a cidade em câmera lenta. (É assim que a turma do “deixa disso” enxerga BH). Se a falta de sincronia dos sinais de uma determinada rua ou avenida fosse em detrimento da sincronia de outra via que cruza, seria razoável e aceitável. Porém o que se vê na prática não é isso. Podemos contar nos dedos os corredores que funcionam em onda verde. A título de exemplo, a Rua Paracatú, que recebe e distribui todo o fluxo procedente do Complexo da Lagoinha, passando por dentro do Barro Preto, até a Av. Barbacena, para quem segue em direção a Av. Amazonas, Raja Gabaglia, passando pela Assembleia, ou mesmo no sentido Savassi e Zona Sul, é a única sequencia de sinais que funcionam em onda verde na Capital. Deveria ser exemplo para todos os outros corredores importantes da cidade, cuja tarefa é dar vazão ao trafego com um mínimo de fluidez. Com efeito, o gestor do transito não se contenta em estreitar vias, manter piso em estado lastimável, instalar sinais, radares, detectores de avanço e invasão de faixas, eles seguem perseguindo e dificultando a vida de quem tem carro, numa demonstração inequívoca da sua ineficiência e monumental dificuldade de interpretar o que deseja a população. Lembro ainda que carros não são conduzidos por ET´s e nem tampouco existem por capricho, são necessários, são meio de transporte que precisam de ruas livres. Não adianta tentar enfiar transporte coletivo goela abaixo da população que deseja deslocar-se de carro. Aqui não é EUROPA, AQUI É BH. Melhor seria encarar a realidade e fazer as obras que a cidade necessita urgente e que já deveriam ter sido feitas há 40 anos.

José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Autor do BLOG SOS Mobilidade Urbana
31-99953-7945 / CRA – MG 08.00094/D

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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