A reforma do Aeroporto Internacional de Confins, que fica em Belo Horizonte, ou melhor, que serve a capital de Minas Gerais ficou digna de primeiro mundo. Tudo perfeito, não fosse a distância entre o balcão de check-in das cias aéreas e os portões de embarque. As caminhadas exigem fôlego, preparo físico e atenção para não perder o vôo.
O tempo de deslocamento do check in da TAM, por exemplo, e o portão 33 é de aproximadamente 30 minutos. Para as mulheres de salto ou pessoas portadoras de “faceite plantar” como eu, a caminhada vira martírio, mesmo usando tenis. No trajeto existe apenas uma esteira que não tem mais do que 30 metros, e deve ter sido construída apenas para cumprir tabela. No popular, “para não dizer que não falei das flores”. Não resolve nada, diferente por exemplo das esteiras do aeroporto de Brasília.
No mundo inteiro os portões de embarque ficam longe, mas há carrinhos elétricos para os que não podem caminhar longas distâncias, ou esteiras que encurtam a caminhada. Não vi carrinhos em Confins e eles são indispensáveis nesta nova configuração do aeroporto que cresceu lateralmente, “de cumprido”, mineiramente falando. Lembro ainda que em dois aeroportos da europa que fazem parte do grupo BH Air Port, Zurich e Munique, os carrinhos existem e funcionam maravilhosamente bem. Por que não aqui também?
Outro problema crônico que não é apenas do aeroporto de Confins, mas de todos os aeroportos brasileiros, e que salta ao olhos, é o preço de alimentação. Caro e de baixa qualidade. Pagar por um pão de queijo, por exemplo, que cabe na palma da mão R$6,00 não é razoável. Uma bala “mentos” que custa R$2,00 em qualquer padaria, nos pontos de venda do aeroporto custa R$6,00. Regra geral os preços são pelo menos 3 vezes mais altos do que fora do aeroporto. Diferente de um shopping, a alternativa mais próxima fica a algumas milhas de distância.
Antes que me chamem de “mão de vaca” ou mineiro “munheca”, lembro que encontra-se passagens entre BH e Brasília por R$150,00. Ademais, não é o valor em si, mas a sensação de estar sendo explorado que causa desconforto, e ninguém gosta, mesmo para os que têm dinheiro sobrando. Até por que, dizem que dinheiro não aguenta desaforo.
Paga-se taxa de embarque cara, percorre-se 50 km para chegar em Confins, se for de carro, o estacionamento vai consumir mais R$40,00 por dia; de taxi, ida e volta a bagatela de R$240,00. De bus, R$52,00. E não podemos esquecer que as bagagens agora viraram fonte de receita para as cias aéreas.
Ou seja, embora eventualmente encontra-se promoções, no geral viajar de aviao no Brasil, não é barato. Portanto não é também por acaso que as empresas aéreas operam no vermelho. Com efeito, seria prudente e recomendável a BH Air Port, concessionária do aeroporto, negociar preços mais acessíveis de seus parceiros comerciais e na medida do possível, disponibilizar carrinhos elétricos dentro das salas de embarque, assim como fazem em Zurich e Munique. Fica a dica.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Bacharel em Turismo
Autor do Blog SOS Mobilidade Urbana – Portal Uai.com.br – CRA MG 08.0094/D
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