A diferença de liberdade e libertinagem de imprensa levando o jornalista ao descrédito

Imagem sugere reflexão sobre o futuro do jornalismo no Brasil, e necessidade de autocrítica.

Na manhã desta sexta-feira (19) recebi imagem emblemática de velhinha segurando balde de tinta  encima de escada, e alterando palavra de frase conhecida, que ganha destaque em tempos de“fraudemia”: “Uma mentira repetida muitas vezes vira verdade”, frase original que teve a palavra verdade riscada e substituída pela palavra jornalismo. O conteúdo sugere reflexão e autocrítica por parte da categoria.

A frase desprezível foi repetida e praticada em bastidores por Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazista durante a segunda guerra mundial, justificando as atrocidades cometidas por Hitler e seus seguidores, fato que consta nos livros de história.  Deveria servir para tirar da passividade os isentões e as lideranças que usam sindicatos como trampolins políticos, ou refúgio de ideologias ultrapassadas.

Veja a que ponto chega a ideia negativa que paira no inconsciente coletivo sobre o jornalista.  É dele o lugar privilegiado de testemunha dos fatos em acordo tácito com a sociedade. Ao reportá-los devem honrar o crédito dado, preservando a verdade. Não é proibido ao jornalista emitir opinião, na coluna destinada para este fim, com a responsabilidade e distanciamento recomendados pela deontologia que rege a profissão.

O ativismo levando toda a categoria ao descrédito

A frase não é apenas uma acusação infundada de simpatizantes da direita, tampouco pode ser considerada uma mentira ou leviandade. O ativismo está condenando o jornalista ao descredito da categoria. É notório o desatino de parcela da mídia, os chamados consórcios de imprensa, que explicitamente, ou veladamente atacam o governo federal em tudo que produzem e veiculam, utilizando recursos audiovisuais, semiótica e até construção de narrativas para justificar o injustificável: A mentira.

A veracidade da matéria sobre fatos de interesse público caracteriza a legitimidade e a ética dos veículos de comunicação social, que no Brasil foi mandada às favas. No exercício da liberdade de informação é elementar que o jornalista observe a autenticidade da ocorrência a ser divulgada.

Essa cautela atende o binômio direito-dever de informar, quanto à imprensa, e os direitos de ser informado e de se informar, relativos aos cidadãos. A verdade vem sendo relativizada por jornalistas em nome de interesses de veículos de comunicação e de partidos politicos.

Jornalismo e militância se misturam no inconsciente coletivo

Por obra de alguns o jornalismo é colocado no mesmo balaio da militância. A categoria não se dá conta de que o mau jornalista desmoraliza o jornalismo. Os bons jornalistas estão calados, escondidos, enquanto os ativistas apoiados por sindicatos aparelhados agem calçados em éticas próprias a serviço de “causas” cujos os fins justificam os meios, teoria Granmissiana.

O art. 220 da Constituição Federal declara: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”. O § 2º do mencionado dispositivo enfatiza: “É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

Também a Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67), embora editada em tempos de restrições e supressão de liberdades públicas, direitos e garantias individuais, resguarda essa liberdade em seu primeiro artigo, ao proibir a censura prévia e estabelecer a censura posterior com a advertência de que cada um responderá, nos termos da lei, pelos abusos que cometer. Liberdade de imprensa não pode ser confundida com libertinagem de imprensa.

Jornalistas autômatos a serviço de chefes e de patrões sem compromisso com o jornalismo

Vele lembrar que jornalistas empregados ou freelancer são “vitimas” direcionadas, ainda que contra o pensamento pessoal, a publicarem apenas os interesses do patrão. Tornaram-se autômatos para manterem seus empregos. Cresce o número de jornalistas sérios demitidos “sem causa”.

Quando a “imprensa” grita defendendo liberdade de expressão, esse grito não é da imprensa, mas de empresas quem tem interesses em manter o monopólio da informação e com ele barganhar acordos nem sempre republicanos. São elas que invocam a liberdade de Imprensa para na prática, exercerem libertinagem, em tese acobertadas pela Lei.

José Aparecido Ribeiro é jornalista diplomado, licenciado em filosofia

Contato: jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945 – www.zeaparecido.com.br

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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