Imprensa belo-horizontina segue omissa em relação ao caos no trânsito. Por que?

Na última sexta feira (22) um amigo desceu no Aeroporto de Confins procedente de Brasília ás 17h. Ele é belo-horizontino, trabalha em São Paulo e divide o tempo profissional em viagens que incluem o eixo Rio, Brasília e São Paulo. Depois do desembarque que levou pouco mais de 15 minutos ele entrou em um veículo de transporte por aplicativos rumo ao bairro Prado onde sua família reside. Saíram de Confins as 17h25 e pasmem, conseguiram chegar ao destino às 20h30.

Gastaram mais de 3 horas entre o Aeroporto e BH. Encontrei com ele na mesma noite de sexta ainda indignado com o que viu e ouviu do motorista do aplicativo que lhe confirmou que isso é comum. Ele me fez a seguinte pergunta: E a imprensa belo-horizontina, o que tem feito em relação a essa desordem no trânsito? Meu amigo é jornalista, conhece a maioria das cidades brasileiras, mas ficou chocado com o que está acontecendo em Belo Horizonte em relação a i-mobilidade.

Embora não seja um especialista no assunto e venha pouco a BH, conseguiu me descrever o que todo belo-horizontino mais atento sabe de cor e salteado: Onde o transito trava e o que deveria ser feito para acabar com os engarrafamentos (OBRAS, OBRAS E MAIS OBRAS). São sempre os mesmos lugares à deriva de sinais sem sincronia esperando por intervenções de engenharia que viraram paradigma para os ouvidos de quem nos governa e acredita que bicicleta, BRT e estreitamento de vias são soluções para o grave apagão de infraestrutura que a cidade vive ha 40 anos.

Para o Prefeito, o presidente da BHTrans e o Superintendente da Sudecap é como se não existisse o problema e a cidade estivesse funcionando na mais perfeita ordem. A confirmação disso está no discurso da propaganda oficial, facilmente desmentida se tivéssemos na cidade um jornalismo comprometido com a verdade, menos refém dos departamento comerciais. Meu amigo citou os gargalos que começam em frente ao Shopping Estação; passando pelo cruzamento da Rua Waldomiro Lobo com Av. Cristiano Machado; do martírio que é vencer o entroncamento da Av. Sebastião de Brito; Rua Cel Jairo Pereira; Rua Jacui, até chegar no Túnel da Lagoinha.

Ele lembrou também dos vários sinais de pedestres da Cristiano Machado que poderiam ser substituídos por passarelas até chegar na Av. do Contorno com Presidente Juscelino Kubitschek emendando com a Av Teresa Cristina em uma via expressa de fato e não apenas de direito, ainda que seja de mentirinha. Ou seja, mesmo não vivendo na cidade ele consegue perceber a ausência da mão do poder público na execução de obras de arte da engenharia ou quem sabe até as intervenções humanas na gestão do trânsito.

Tentei explicar o que e imprensa tem feito, mas ele ficou estarrecido quando eu disse que além de informar os locais onde o transito está agarrado, a imprensa não faz absolutamente nada. Não há debate sobre a cidade entre especialistas e governantes. Ela se limita ao factual, repetindo o que todo mundo sabe, passivamente: Onde e que horas o transito está ruim. Há quem preste inclusive um desserviço ao dizer que o problema é o “excesso de veículos” ao invés de informar que a cidade divorciou-se da engenharia há quatro décadas.

Contei também para o meu amigo jornalista que o maior anunciante governamental hoje da mídia belo-horizontina é a prefeitura de Belo Horizonte e aí ele entendeu tudo. E você caro amigo leitor, será que entendeu?

Para os que chegaram até aqui: Três horas entre Confins e BH e eu te pergunto, fosse você um investidor propenso a trazer seu negócio para BH, seguiria em frente ou pensaria duas vezes? 

jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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